A carne de frango é a proteína mais consumida no Brasil. Décadas de estudos e cruzamentos entre linhagens de aves desencadearam ganhos genéticos significativos. O resultado? Lotes cada vez mais produtivos e melhores alimentos para o consumidor.
Para entender os processos dessa transformação na avicultura, a equipe do Ligados & Integrados bateu um papo com a zootecnista e coordenadora de produtos da Aviagen, Jane Grosso, que explicou os detalhes de cada etapa realizada.
De acordo com ela, o surgimento começou a partir da década de 1930, quando se buscou nas mais de 300 raças de galinhas catalogadas as que tivessem mais aptidão para a produção de ovos ou carnes.
O cruzamento deu origem a indivíduos que passaram por uma seleção e perderam as características de suas raças de origem, sendo nomeados, assim, de linhagem.
“Hoje temos um frango do campo moderno, que não tem mais as características das suas raças de origem”, conta a zootecnista.
Pertencentes às casas genéticas e programas únicos de melhoramento para formar o produto que será comercializado. As linhagens passam por um importante estudo econômico, no qual é avaliado o ganho de peso, conversão alimentar, produção de ovos ou pintinhos, entre outros.
A coordenadora esclarece ainda que as linhagens são classificadas por diferentes nichos de mercado. “Eu tenho linhagem mais voltada para rendimento de carne nobre como peito, linhagem para frango vivo. Já outra, quer uma ave menor. É assim: cada nicho de mercado tem sua particularidade.”
Mas o melhoramento genético também leva em conta o bem-estar do animal, a biossegurança e a qualidade do alimento. Então, é preciso atender toda a cadeia produtiva: dos matrizeiros às granjas de corte, passando pela indústria e a experiência do consumidor.
“Ao todo, são mais de 40 características selecionadas no programa de melhoramento. Se apenas uma linhagem sofresse a pressão de seleção, iríamos demorar muito para conseguir atingir o ganho”, revela Jane.
Potencializar o desempenho das aves não tem relação com o uso de hormônios, mas sim com um conjunto de medidas técnicas. “A gente tem um melhoramento genético junto com outras áreas, trabalhando para fornecer um frango rico e de fácil acesso a um preço razoável”, finaliza a zootecnista.