Nas granjas, ganhar peso não significa só engordar. A ração é à vontade, mas as calorias são tão importantes quanto os nutrientes. Os animais vão ficando mais pesados, mas sempre de forma saudável, e existem alguns parâmetros que os produtores precisam conhecer. Você sabe quantos quilos os suínos devem ter em cada fase de produção?
Referências variam entre as fases de produção
As referências variam de acordo com a idade dos animais, do sexo, da fase produtiva e do nível tecnológico adotado na granja. Em cada categoria, mudam as instalações, o manejo e a nutrição. Durante o tempo que passam na creche, os leitões devem alcançar aproximadamente 24 quilos. Aos 63 dias de idade, os leitões saem da creche. Até lá, já devem estar com um peso médio de 55 kg.
Referências também variam entre os países
A fase de terminação é a última do ciclo de vida. Geralmente, quando são encaminhados para abate, os suínos vivos no Brasil pesam entre 100 e 120 quilos. A referência pode variar entre países também. O chamado suíno leve é abatido no Reino Unido com 50 quilos. Já na Itália, o suíno criado para produção de presunto parma pode ser abatido pesando entre 150 e 200 quilos. Em relação às matrizes, no plantel de reprodução, a cobertura só é iniciada quando as leitoas completam 210 dias de vida e alcançam os 135 quilos.
Palavra do especialista
O nutricionista animal Leandro Pereira explicou que o suíno é muito eficiente e tem grande capacidade de transformar a ração em gordura, tecidos musculares e tecidos ósseos. De acordo com as análises de conversão alimentar, se a dieta estiver balanceado e o manejo obedecer aos parâmetros sanitários, as expectativas de ganho de peso costumam se confirmar. “Os suínos, assim como nós, quando acometidos por alguma doença, desviam para a defesa os nutrientes que iriam para a formação de músculo. Por isso, quanto maior o controle sanitários, mais saudáveis são os animais. A qualidade dos ingredientes da ração e o balanceamento das dietas também são fatores importantes para que possam desempenhar todo o seu potencial genético para ganho de peso”, diz ele.
Alimentação específica em cada fase de produção
Cada setor tem suas particulares. Nas maternidades, como as matrizes produzem leite e alimentam doze ou quatorze leitões, a qualidade da ração e o nível nutricional dos animais é muito importante. “As fêmeas suínas produzem tanto leite ou até mais que algumas vacas”, explicou Leandro. Já nas creches, a troca da alimentação líquida pelas pastosa (ração) exige uma adaptação fisiológica muito bem planejada, além de cuidados com a ambiência. Controle de vento, temperatura ideal, dieta balanceada e vacinações em dia são essenciais. “Por outro lado, no crescimento e na terminação temos um animal pronto, adaptado e que realmente vai ganhar peso e se preparar para o abate, para proporcionar os cortes e fornecer a produção de carne que a genética permite”, ressaltou Leandro.
Fique atento aos 10%
Em sua granja, quantos suínos ficam para trás em relação ao desempenho esperado? O monitoramento constante dos animais é importante para tomar as medidas cabíveis ou chamar um nutricionista, veterinário ou sanitarista, destacou Leandro. Ele explicou que um percentual mínimo de animais com peso indesejado, ou seja, abaixo de 10%, é considerado normal. “Até por conta das variações entre os próprios indivíduos. Alguns estão na ponta do desempenho, outros, naturalmente, não têm o mesmo potencial. Mais que 10% pode representar um problema sanitário ou alguma doença que atrapalhe o desempenho dos animais. Cada situação deve ser avaliada individualmente”, disse o nutricionista.