Se você nunca ouviu falar em frango griller, saiba que estamos falando do “galeto”, como ele é popularmente conhecido. Em Jacarezinho, no Paraná, há cento e um integrados produzindo aves dessa categoria para uma indústria de alimentos, que abate cerca de 210 mil frangos por dia. A equipe do Ligados & Integrados foi até lá conhecer a produção.
Apenas 28 dias de manejo
O griller é um frango menor, mais levinho e abatido mais jovem, aos 28 dias. Sai da granja pesando aproximadamente 1400 gramas e vai para a embalagem inteiro, com cerca de um quilo de carne. “O griller não é um frango para cortes. Toda a produção de Jacarezinho é destinada à exportação e atendemos às preferências do mercado consumidor”, diz o supervisor agropecuário Edacir Morais.
Ele explica que até os sete dias de vida as aves são alimentadas com uma ração específica. Depois, outra ração é ministrada até os catorze dias. Aos vinte e um dias de manejo, entra em cena a ração de engorda. “O frango griller e o frango pesado são o mesmo animal, a linhagem é a mesma. Porém, o ciclo de vida do griller é menor”, explica.
Aviários: densidade maior em relação ao frango pesado
Os produtores de frango griller alojam oito lotes por ano, um volume maior em relação ao frango de corte. De acordo com Edacir, são dezenove frangos por metro quadrado, trinta por cento a mais que o frango de corte. “O griller tem uma densidade maior de aves em relação ao frango pesado, que sai da granja pesando cerca de dois quilos. Não é possível equiparar, porque isso refletiria na qualidade da produção”.
O frango griller também é cem por cento aproveitado, por isso, do alojamento à saída para o abate, o manejo é minucioso. “Tem que estar tudo perfeito, porque a embalagem na gôndola do mercado mostra um pouco mais do frango, evidenciando a carcaça”. Como o frango pesado fica mais tempo na granja, o produtor tem uma margem maior para recuperar as aves caso ocorra algum imprevisto durante o ciclo de produção.
Negócio rentável
“O griller não admite falhas. O manejo do aquecimento de cama, da ventilação mínima, os manejos de divisórias dentro do aviário, tudo tem que ser impecável para garantir o rendimento financeiro do integrado”, alerta Edacir.
O avicultor Paulino Vigilato da Paixão conta que ele, seu irmão e um funcionário trabalham direto na granja, inclusive às madrugadas. “Nós nos revezamos. O funcionário faz mais a parte manual, e eu e meu irmão nos dedicamos mais à regulagem do painel e ao controle da temperatura. Minha família sempre mexeu com frango griller, eu gosto e acredito que é melhor que o frango pesado em termos de renda e cuidado. Tem sido rentável”, diz ele. E tem mesmo. A família da Paixão já está com três granjas, e construindo mais. “Eles estão com um projeto de ampliação, são empreendedores. É uma história muito legal que começa com o pai do Paulino, pioneiro na produção de frangos na região”, finaliza Edacir.
Cuidados redobrados nas granjas
O gerente agropecuário Bruno Bernardi explica que como o frango leve é produzido para o mercado de frangos inteiros, e não para o mercado de carne porcionada, como é o caso do frango pesado, não é possível aproveitar integralmente alguns pedaços do frango com o mesmo valor agregado em detrimento da perda de outras partes, caso haja algum problema localizado. “No frango leve, se houver lesão ou comprometimento da carcaça, a gente perde ele para o mercado que se destina. Porcionamos ele em cortes com menor valor agregado por conta do peso e da aceitação. Por isso, o cuidado deve ser redobrado nas granjas para garantir a qualidade da pele”, explica.
Ele diz que as remunerações são compatíveis entre os integrados, por que o percentual de partilha é ajustado de acordo com o peso médio de saída dos frangos. “Uma coisa compensa a outra. Se o número de aves for menor, o peso de cada uma delas é maior”, explica.