A laringotraqueíte é uma doença viral aguda do trato respiratório dos frangos e dos perus e se apresenta de duas formas: a mais conhecida é a forma epizoótica severa, que ocorre ao mesmo tempo em vários animais de uma mesma região, e a forma enzoótica leve, também chamada de laringotraqueíte silenciosa, que seria endêmica em determinadas localidades pelo mundo.
A médica veterinária Priscila Diniz Lopes, doutora em patologia animal, explica ser mais perceptível uma ave com os sintomas graves, por serem mais característicos. “A ave começa a ter aquele exsudato sanguinolento, o que é mais grave, levando a crer ser uma laringotraqueíte”.
A doença pode ser classificada como grave ou leve. “Agora quando se trata de uma sintomatologia mais branda, mais leve, a ave vai ter uma sintomatologia muito parecida com outras doenças como bronquite infecciosa, uma coriza e acaba sendo confundida. Esse é o cuidado que os profissionais devem ter em fazer um diagnóstico rápido e preciso para controlar a doença”, complementa Priscila.
Quando o produtor rural tiver um animal na granja, visivelmente com algum sintoma que pareça ser respiratório, o mais indicado é um diagnóstico precoce feito por um profissional qualificado.
Riscos que representam para a avicultura
A principal forma de transmissão do vírus da laringotraqueíte é o contato direto entre aves. O vírus pode ser transmitido também por aerossóis, pelos equipamentos, pela água e pelo lixo contaminado. As portas de entrada nas aves são o trato respiratório superior e as vias ocular e oral.
Um surto dura entre 2 e 6 semanas e depois silencia.
A laringotraqueíte infecciosa piora o desempenho das aves, tanto em conversão alimentar quanto no desempenho, por exemplo, na postura de ovos. Na forma aguda da doença os animais podem ter falta de ar, tosse e muco com sangue. A morte ocorre em 2 a 3 dias.
Como devo proceder
Quando sobrevivem, as aves ainda podem ter o vírus reativado espontaneamente ou por decorrência do estresse provocado por motivos como início da postura, alta densidade, calor ou frio em excesso, mudança da alimentação, ruído, amônia e vacinação.
De acordo com a médica veterinária, a laringotraqueíte é uma doença de notificação obrigatória e compulsória para Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “É muito importante que, quando o sanitarista desconfiar dessa doença na granja, o profissional notifique o órgão estadual para eles tomarem as devidas providências e fazerem coletas de amostras para então realizarem o diagnóstico”.
Priscila explica que após o diagnóstico, o próprio sistema de fiscalização do estado intercede. “Farão a notificação e na sequência tomarão todas as medidas necessárias de prevenção e controle para que a doença não seja disseminada pelo campo, porque a disseminação dela é bem rápida”.
O melhor modo é evitar
As boas práticas de manejo e de biosseguridade nas granjas, são de extrema importância para a redução da disseminação do vírus e controle da doença (LTI).
A médica veterinária, reforça que é preciso cuidar das aves para excluir outras possibilidades clínicas. “Geralmente, temos que tratar as aves porque tem muita infecção secundária associada a essa doença, então se for uma doença bacteriana, tem que ter tratamento com antibioticoterapia e existe um método de prevenção da doença que são as vacinas”.
“A vacinação em alguns estados se torna opcional para a empresa e a região que delimita, promove ou não a vacinação. Porém, em algumas regiões é obrigatório o uso da vacina. Um exemplo é o Bolsão de Bastos, constituído por municípios, que são obrigados a fazer um programa vacinal”, finaliza Priscila.
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