USO RACIONAL

O uso de antimicrobianos na suinocultura: desafios e estratégias para redução

Foco na prevenção e na biosseguridade são algumas das estratégias para reduzir o uso de antimicrobiano na produção de suínos

Uso de antimicrobianos na suinocultura
Uso racional de antimicrobianos garante a sustentabilidade da produção de suínos

Na suinocultura, a redução do uso de antimicrobianos exige uma abordagem estratégica e ações coordenadas entre produtores, técnicos e veterinários. A resistência antimicrobiana compromete a eficácia de tratamentos, aumenta os custos de produção e representa um risco para a saúde global.

Portanto, conscientizar sobre o uso racional e promover alternativas eficazes são medidas fundamentais para garantir a sustentabilidade da produção animal e a segurança alimentar. Confira a entrevista na íntegra com a Anne Lara, médica-veterinária, que explicou mais do assunto.

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Os três pilares para reduzir o uso de antimicrobianos

Na suinocultura, o uso de antimicrobianos é, em grande parte, destinado ao tratamento de infecções clínicas. Contudo, a criação de condições adequadas pode diminuir significativamente a incidência de doenças, reduzindo a necessidade desses medicamentos. Três pilares sustentam essa abordagem:

  1. Imunidade dos animais:
    • Implementação de programas vacinais direcionados.
    • Alimentação balanceada para fortalecer o sistema imunológico.
    • Monitoramento contínuo para identificar vulnerabilidades no plantel.
  2. Ambiência adequada:
    • Controle de temperatura, ventilação e troca de ar em cada fase de produção.
    • Garantia de higiene nas instalações, incluindo limpeza e desinfecção entre lotes.
  3. Controle de agentes patogênicos:
    • Biosseguridade para evitar a entrada de novos patógenos.
    • Redução da circulação de agentes infecciosos já presentes nas granjas.
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Treinamento e práticas diárias para a redução do uso de antimicrobianos

A capacitação dos colaboradores é essencial para garantir a aplicação correta de práticas que minimizem a ocorrência de doenças. Treinamentos devem focar em:

  • Higiene rigorosa nas instalações.
  • Respeito à idade mínima de desmame, que atualmente é de 24 dias para leitões.
  • Armazenamento e aplicação adequados das vacinas.
  • Identificação precoce de sinais clínicos para um diagnóstico preciso e tratamento eficiente.

A biosseguridade é outra área de extrema relevância. Medidas como o controle de acesso às granjas, o uso de roupas e calçados específicos e a desinfecção de equipamentos podem prevenir a introdução de novas doenças.

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Perspectivas futuras para o uso racional de antimicrobianos

Reduzir o uso de antimicrobianos não significa abandonar seu uso, mas sim empregá-los de forma criteriosa, apenas quando necessário. O trabalho conjunto entre produtores e médicos veterinários é indispensável para essa transição. Além disso, avanços em vacinas e tecnologias de monitoramento devem facilitar ainda mais a adoção de práticas preventivas.

Promover a conscientização sobre os riscos da resistência antimicrobiana e a importância de uma produção sustentável é um compromisso que beneficia não apenas a suinocultura, mas também a saúde global.

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