Edison, proprietário da Fazenda São Joaquim, no interior de São Paulo, carrega nas veias a paixão pela avicultura. Nascido em São Roque, em uma pequena chácara na zona rural, ele cresceu imerso na atmosfera do campo, influenciado pelo trabalho do pai, que iniciou a criação de frangos na década de 1960.
“Meu pai sempre dizia que era preciso oferecer o melhor ambiente para os frangos, algo confortável e adequado, como se fossem nossos próprios lares”, relembra Edison. A dedicação à avicultura começou como um ofício familiar e se transformou em um exemplo de inovação e crescimento sustentável. Confira a trajetória completa no vídeo abaixo.
O legado da avicultura: de granjas simples à modernização
No início, a criação era manual, com aquecimento por carvão e entrega de aves vivas nos mercados de São Paulo. Edison lembra que, naquela época, a rotina exigia muito esforço: “Minha mãe teve um papel fundamental, trabalhando incansavelmente para manter a granja.”
Nos anos 1980, Edison se formou em Medicina Veterinária e começou a trabalhar na indústria de biológicos e medicamentos, sempre conectado à avicultura. Anos depois, decidiu retomar a atividade produtiva, fundando em 2011 a primeira granja própria no bairro Areia Branca, em Amparo. Hoje, ele lidera uma operação robusta: são três propriedades, seis núcleos e mais de 600 mil aves alojadas.
A modernização também transformou os métodos de produção. Na Fazenda São Joaquim, os nove aviários contam com sistemas de climatização avançados, incluindo placas evaporativas e exaustores. Para Edson, a sustentabilidade é essencial: “Utilizamos energia solar e lenha de eucalipto cultivada na fazenda, reforçando nosso compromisso com o meio ambiente.”
Sucessão familiar e planos para o futuro
Com dois filhos envolvidos na gestão, Edison já iniciou o processo de sucessão familiar. “Quero que a transição seja tranquila e que eles levem adiante o legado com a mesma paixão e dedicação”, explica. Cada membro da família tem um papel definido: o filho cuida da produção e gestão de equipes, enquanto a filha e a nora administram as finanças.
A perspectiva de Edison para o futuro é de estabilidade e realização. Ele acredita que o projeto de expansão está completo e planeja focar na qualidade do trabalho e na continuidade dos negócios.
Edison acredita que a maior dificuldade do campo está em atrair pessoas para essa vida. Apesar das melhorias na infraestrutura, como internet de alta velocidade e energia limpa, o isolamento e a falta de preparo ainda afastam muitos.
Ele tentou mudar essa realidade criando bibliotecas e videotecas para os funcionários, mas admite que a adaptação ao campo exige mais do que isso. Mesmo com os desafios, Edison se sente realizado:
“Produzir alimentos para tantas pessoas é motivo de orgulho. Essa é a minha contribuição para a sociedade”, afirma.
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