Os Estados Unidos, referência em produção de carne de frango, enfrentam desafios com doenças como a gripe aviária. O país registrou recentemente uma morte humana relacionada ao vírus H5N1, enquanto o Brasil segue sem casos na produção comercial ou em humanos. Apesar do ocorrido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou na terça-feira (07) que o risco para a população geral permanece baixo por continuarem realizando muita vigilância.
Esse cenário contrasta com a realidade brasileira e oferece uma oportunidade para aprender com as medidas avançadas de biosseguridade adotadas pelos norte-americanos, destacando tendências e ferramentas práticas que podem ser adaptadas às granjas brasileiras.
Em entrevista exclusiva ao Ligados & Integrados, James Roth, médico-veterinário e diretor do Center for Food Security and Public Health (CFSPH), ressaltou a importância de um sistema robusto de biosseguridade para proteger as produções contra doenças como febre aftosa, peste suína africana e influenza aviária.
Entre as medidas preventivas adotadas nos Estados Unidos, ele destacou o investimento em bancos de vacinas e a implementação de planos de resposta rápida para surtos. Assista ao vídeo abaixo e confira a entrevista na íntegra.
“Os produtores precisam ter um gerente de biosseguridade dedicado, capaz de monitorar as práticas na fazenda e treinar os trabalhadores regularmente. Cada propriedade é única, e o plano de biosseguridade deve refletir essas particularidades”, explicou Roth.
Portal interativo e planos personalizados
Uma das iniciativas inovadoras do CFSPH é o novo portal de biossegurança para produtores rurais, que possibilita visitas virtuais a fazendas-modelo, aprendizado sobre medidas de proteção e a criação de planos adaptados à realidade de cada propriedade. A ferramenta é especialmente útil para pequenos produtores, ajudando-os a compreender melhor os riscos sanitários e a implementar ações eficazes.
“Criamos o ‘Biossegurança do Seu Jeito’, que oferece exemplos práticos e perguntas simples para ajudar os produtores a construir seus próprios planos de biosseguridade. Eles podem usar imagens do Google Maps para mapear suas propriedades e obter recomendações específicas”, detalhou Roth.
Segundo ele, o portal é um recurso importante para quem deseja fortalecer a vigilância sanitária, seja nos Estados Unidos ou no Brasil.
O Brasil e o potencial de aprendizado
Apesar de estar livre de surtos comerciais de gripe aviária, o Brasil tem muito a ganhar ao adotar práticas ainda mais rigorosas de biosseguridade. A combinação de vigilância constante, treinamento dos trabalhadores e o uso de tecnologias interativas podem ajudar a preservar a competitividade no mercado internacional.
Com ferramentas como o portal do CFSPH, produtores de diferentes países têm acesso a recursos que ajudam a proteger seus rebanhos, aumentando a segurança sanitária e fortalecendo o agronegócio global.
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