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75% da fêmeas devem chegar ao terceiro parto nas granjas de matrizes

Para uma boa taxa de retenção, cuidados com as leitoas reprodutoras começam já na seleção dos animais

A retenção de matrizes na granja de suínos nada mais é que o desempenho  apresentado pelas leitoas no plantel ao longo do primeiro, segundo e terceiro parto, ou seja: ao longo da vida reprodutiva.  Para alcançar bons resultados, além de alojar animais saudáveis, os suinocultores de matrizes devem tomar muitos cuidados durante todo o ciclo de produção. O manejo deve ser executado com atenção e muita técnica. As orientações do extensionista Cassiano de Ré, de Caxias do Sul, ajudam a aumentar a taxa de retenção nas granjas. “Independente do número de leitoas que o produtor recebe por mês, o desempenho de cada uma delas até o terceiro parto deve ser o melhor possível para garantir boa produtividade e, consequentemente, lucratividade”, explicou.

De acordo com Cassiano, entre os fatores que interferem na produtividade estão boa genética, boa sanidade animal e idade e peso adequados para o padrão das leitoas. “No dia a dia na granja, o produtor deve garantir água de boa qualidade e o fornecimento da ração ideal. Também deve garantir a passagem do macho para identificação do cio da leitoa para induzir à puberdade. Além disso, é necessário fornecer um bom ambiente para os animais. Isso significa investir em um piso sem fissura e nem rachadura para não comprometer os cascos, o que poderia gerar problemas mais adiante”, afirmou.

Já em relação ao trabalho de inseminação e, finalmente, em relação ao trabalho de parto, é preciso proporcionar às fêmeas perfeita ambiência e ótimo trato. “Os profissionais devem dispor da medicação assertiva e dedicar olhar clínico às fêmeas para identificar suas necessidades naquele momento. Para uma boa taxa de retenção, os cuidados na maternidade incluem estimular o aparelho mamário e tentar agrupar os animais por tamanho para facilitar o manejo. Um bom trabalho é essencial para que o maior número de fêmeas chegue ao terceiro parto. Essa é a nossa meta para garantir a produtividade que tanto desejamos”, finaliza Cassiano. 

O médico veterinário Gefferson Silva explicou que o bemestar animal está diretamente relacionado à saúde das matrizes. A imunidade das leitoas, assim como a dos humanos, cai em situações de estresse ou alimentação inadequada. “A granja deve ter um bom status sanitário para que as matrizes expressem todo seu potencial produtivo e genético. Os cuidados começam no recebimento e na seleção das leitoas que vão ingressar ao rebanho produtivo, e continuam com o manejo reprodutivo. Para uma boa taxa de retenção, ou seja, a longevidade das matrizes no plantel, a condição corporal das leitoas é muito importante, já que as fêmeas não podem engordar além do ideal. São pontos cruciais para o sucesso da produção. O atendimento ao parto é uma fase crítica e deve ser realizado por profissionais competentes. A vigilância é constante e os detalhes fazem toda a diferença. Também destacamos a gestão da informação relacionada ao descarte das matrizes, pois devemos analisar as causas. Esperamos que setenta e cinco por cento das leitoas que recebemos em nossas granjas sejam inseminadas e cheguem ao terceiro parto”, disse Gefferson.