TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

A evolução da embalagem como aliada na conservação e no abastecimento alimentar

Da proteção ao meio ambiente à conveniência para o consumidor, as novas tecnologias em embalagens para carnes estão revolucionando a indústria alimentícia

A carne, por ser um alimento altamente perecível, exige cuidados específicos para preservar sabor, textura e segurança. Nesse contexto, as embalagens desempenham um papel crucial, agindo como uma barreira protetora contra agentes externos que aceleram o processo de deterioração. 

Além de preservar a qualidade do produto, uma embalagem bem projetada agrega valor à marca e reduz perdas ao longo da cadeia produtiva. Eloísa Garcia, engenheira e doutora em tecnologia de alimentos, diretora-geral do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, compartilhou tendências e inovações nesse setor em entrevista ao Ligados & Integrados. Assista ao vídeo abaixo e confira a explicação na íntegra.

O Ligados & Integrados está na tela do Canal Rural de segunda a quinta-feira às 11h45 e sexta-feira às 11h30.

Nos últimos dez anos, as embalagens para carnes passaram por transformações significativas. “A carne é um produto muito sensível, que demanda proteção contra microrganismos, oxidação e alterações na cor”, explica Eloísa.

O desenvolvimento de materiais plásticos de alta resistência mecânica permitiu maior proteção com menor quantidade de material, tornando os processos mais eficientes e econômicos. Para carnes refrigeradas e congeladas, a principal função das embalagens é prevenir o ressecamento causado pelo frio, conhecido como “queima pelo congelamento”.

Produtos derivados, como embutidos, exigem embalagens com maior proteção contra oxigênio, devido ao risco de oxidação das gorduras, o que poderia alterar sabor e aroma. “Cada tipo de carne ou derivado demanda uma estrutura de embalagem específica, seja a vácuo, seja em cartuchos de papelão com resistência à umidade”, complementa.

Além de proteger o produto, as embalagens precisam atender a questões de sustentabilidade, como uso de materiais recicláveis e de fontes renováveis. Eloísa destaca que a indústria tem investido no desenvolvimento de materiais mais adequados ao meio ambiente, mas alerta para a importância da conscientização do consumidor.

“Não adianta termos materiais recicláveis se o consumidor não separá-los adequadamente e se não houver uma cadeia organizada para o processo de reciclagem. É um esforço conjunto que envolve indústria, governo e sociedade”, enfatiza.

Outra tendência em alta é a conveniência, com embalagens que facilitam o preparo do alimento. Um exemplo citado foi a costela de porco embalada em material próprio para ir direto ao forno, eliminando etapas como corte e limpeza. “Essa praticidade é cada vez mais valorizada pelos consumidores modernos”, observa Eloísa.

Combinando tecnologia de ponta e responsabilidade ambiental, as embalagens para carnes estão evoluindo para garantir segurança alimentar, praticidade e menor impacto ao meio ambiente.

O Instituto de Tecnologia de Alimentos tem um papel essencial no avanço das embalagens para carnes. Com equipes especializadas, o ITAL realiza estudos de vida útil, dimensionamento adequado das embalagens e projetos voltados à reciclagem.

“Nosso trabalho abrange desde a especificação técnica das embalagens até a análise de sua performance no prolongamento da vida útil do produto”, afirma Eloísa. Além disso, o ITAL lidera iniciativas para promover soluções mais sustentáveis, alinhadas às demandas do mercado e da sociedade.

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