Agronegócio

"Agro tem chance de sair ileso da crise", afirma José Luiz Tejon

Setor teria que se estruturar mais, investir no processamento e aproveitar que o mundo vai precisar de alimentos

Em entrevista ao Ligados & Integrados, o especialista José Luiz Tejon disse acreditar que o agronegócio será o setor menos afetado pela crise do coronavírus. Tejon manifestou otimismo com o futuro do setor, defendendo um crescimento ainda maior nos próximos anos. “Nosso agronegócio não é somente a agropecuária, é muito mais. A origem é o campo, mas há uma ramificação gigantesca em ciência, tecnologia, mecânica e química. Depois do trabalho dos produtores e das produtoras, heróis e heroínas, temos ainda uma agroindustrialização enorme com o varejo, os supermercados, o transporte, a logística e o acesso ao mercado internacional. Nosso país é muito sortudo e, junto com a ciência, conseguimos criar o agronegócio”, opinou.

Tejon calcula que o agronegócio seja responsável por mais de 25% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil.  Para o especialista, o setor é o único que está presente em todas as cadeias produtivas e, com planejamento e inteligência, pode garantir a retomada da economia brasileira. “Pelas minhas contas, um terço da nossa economia é  impactado diretamente pelo agribusiness, e mais um outro terço também, já que para vender mais automóveis e geladeira, por exemplo, dependemos dessa base econômica, que é o petróleo e o minério. O agronegócio é capilar, e está na hora de usarmos na economia o conceito de ‘ajuntamento econômico vertical’, defendeu fazendo referência ao termo isolamento social.

Ainda de acordo com Tejon, o Brasil tem potencial para dobrar o tamanho do setor. “A dificuldade, quando identificada, pode ser superada. Precisamos juntar vozes e pessoas que empolguem a sociedade e que tenham vontade de encontrar oportunidades no mercado internacional e apontar as necessidades e demandas do mercado interno. Devemos criar um planejamento com metas e previsões, além de políticas de incentivo através de ações públicas e  privadas, integrando a sociedade civil organizada ao governo. O agro pode ser muito mais, está em nossas mãos realizar. Os brasileiros das cidades dependem muito da alavancada que somente o agronegócio pode dar. Nosso desenvolvimento leva a sociedade toda junto”, finalizou.

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