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Avicultura: bom rendimento nos frigoríficos depende de lotes uniformes

Carcaças de tamanhos iguais otimizam processos nas plantas de abate; produtores devem alcançar meta de peso dos frangos

O objetivo da parceria entre avicultores e indústria é alcançar os melhores resultados para as duas pontas da cadeia. Os rendimentos dependem da combinação entre criação dos animais e processamento da carne. Por isso, as técnicas de manejo nas granjas estão alinhadas às etapas que vão acontecer depois, nos frigoríficos. Quanto mais uniforme um lote de frangos, melhor o rendimento do produto final. 

Ao longo das fases do ciclo de produção, os avicultores devem acompanhar as características físicas dos animais. As medidas ideais das patas dos frangos, por exemplo, variam de acordo com a linhagem, com o sexo e com a idade. Para um frango de um quilo e meio, a pata deve pesar de 17 a 18 gramas. Para um frango pesando em média 3 quilos, a pata deve pesar mais de 25 gramas. No momento do abate, geralmente, o peso do animal varia entre 2750 a 2800 quilos. 

Produtos perfeitos e subprodutos

Aves desiguais comprometem a integridade dos produtos. Peças que não correspondem ao peso ou aspecto ideal podem acabar descartadas ou vendidas como subprodutos.  É por isso que os padrões são tão importantes. Peso e tamanho controlados atendem à capacidade do maquinário nos frigoríficos.

Palavra do especialista

De acordo com o médico veterinário Eder Barbon, a uniformidade do lote é fundamental para o abate e o processamento das aves. Ele lembra que antigamente os trabalhos eram manuais nos frigoríficos. Hoje, são automatizados. “Se temos uma carcaça maior e uma menor, a dificuldade para ajustar os equipamentos na planta é enorme. As carcaças menores acabam sofrendo um processo de quebra e, consequentemente, perdas que impactam no rendimento final na planta de abate. Hoje, o Brasil é grande exportador de coxas, por exemplo, e elas são gramaturadas. O Japão exige tamanho específico. Se há desuniformidade, perdemos valor na exportação”, esclarece  

Eder também explica que as carcaças podem cair das linhas nos frigoríficos ou ser evisceradas de maneira errada pelos equipamentos, que são regulados para determinados pesos. “Isso pode acarretar em contaminação. O encaixe nas evisceradoras é fundamental para a execução de um bom trabalho”, lembra. Os cortes também são automáticos. Com a desuniformidade, dependendo do tamanho da carcaça, podem perder as características do peito ou da asa. “A nutrição e o manejo nas granjas é fundamental para que todos os animais cresçam de forma semelhante. Ter boa conversão alimentar e bom ganho de peso é muito importante. Preconizamos uma uniformidade de em média 70% do lote, mas, normalmente, chegamos a 50%. Graças aos treinamentos das equipes e da modernização dos galpões evoluímos bastante, mas temos espaço para melhorar ainda mais”, finaliza. 

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