O Brasil é o segundo maior produtor mundial de carne de frango, com 14,9 milhões de toneladas de carne produzidas em 2023, e o maior exportador, sendo que exportamos 5,13 milhões de toneladas para mais de 150 países, o que gerou uma receita cambial de 9,7 bilhões de dólares somente no ano passado. Também somos um dos maiores exportadores de material genético avícola, de pintinhos e ovos férteis, para dezenas de países.
Além do mais, o Brasil é o único dos grandes produtores mundiais que está livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade nos planteis comerciais. A qualidade dos nossos produtos é reconhecida mundialmente e, atualmente, temos a melhor avicultura do mundo.
A base desse sucesso se deve à biosseguridade e ao cuidado dos nossos avicultores para evitar a entrada de enfermidades em suas granjas. Temos um robusto plano de sanidade avícola definido pelo Ministério da Agricultura, sendo que, em 2024, o PNSA (Programa Nacional de Sanidade Avícola) completa 30 anos.
Nele, são definidas as normas que regem a construção das granjas e os cuidados com a prevenção de doenças, com destaque para os seguintes pontos:
- Distância entre núcleos e galpões e idade única do galpão ou núcleo;
- Proibida a criação de frangos e poedeiras na mesma granja e a presença de outras espécies de aves na propriedade;
- Trabalhadores não podem ter aves em suas residências;
- Granjas devem ter cercas externas para evitar a entrada de animais e telas de 2×2 cm nos galpões para impedir a entrada de pássaros, além de controle de roedores e cascudinhos;
- Arco de desinfecção para higienizar veículos que entram na propriedade.
- Portas, beirais e telhados devem ser completamente fechados;
- Água das aves deve ser tratada com cloro e não captada em fontes abertas, como rios, riachos ou açudes;
- Trabalhadores devem tomar banho e usar roupas e calçados da granja antes de entrar nos galpões; visitas são proibidas;
- Técnicos e prestadores de serviço devem fazer quarentena antes de entrar na propriedade;
- Todos os materiais que entram nos galpões devem ser desinfetados e fumigados.
- Para o descarte das aves mortas, imprescindível ter composteiras protegidas do acesso de aves silvestres;
- Todos os profissionais devem ser periodicamente treinados e conscientizados sobre a importância de evitar a contaminação dos lotes, o que pode causar mortalidade e prejuízo para o desempenho zootécnico.
Além dessas normas básicas, cada empresa deve ter um POP (Programa Operacional Padrão) contendo os procedimentos que orientam seus técnicos e produtores integrados ou cooperados sobre o que e como fazer para manter a biosseguridade no grau máximo, a fim de evitar a contaminação dos lotes.
ARIEL ANTONIO MENDES, é médico-veterinário e professor aposentado da UNESP de Botucatu. Foi presidente da UBA (União Brasileira de Avicultura) e da ALA (Associação Latinoamericana de Avicultura). Atualmente é Presidente da AgroExperts e da FACTA (Fundação de Apoio a Ciência e Tecnologia Avícolas), Membro do Conselho Consultivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Diretor da Divisão de Produtos de Origem Animal da FIESP e Membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária.
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