É sempre bom reforçar: lugar de mulher é onde ela quiser estar. Muitas delas escolheram produzir aves e suínos e frequentemente são protagonistas das histórias que contamos no Ligados & Integrados. Para além das granjas, a presença feminina no agronegócio é cada vez maior. Mulheres também estão ocupando cargos em importantes entidades e associações que representam o setor.
“Não há progresso sem acesso à alimentação”
A brasileira Sula Alves acaba de se tornar coordenadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade e Meio Ambiente do Conselho Mundial da Avicultura (IPC, sigla em inglês). Sula, que é zootecnista, doutora em agronomia pela USP (Universidade de São Paulo) e pesquisadora da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz) é também diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e assume a posição deixada pela holandesa Anne-Marie Neetson. “Foi um convite muito especial, pois reconhece a liderança brasileira na temática da sustentabilidade”, disse a coordenadora em entrevista ao Programa.
Sula acredita que são cada vez maiores as preocupações com as questões ambientais e, por extensão, também com os pilares sociais e econômicos, principalmente em um momento pandêmico como o que atravessamos. “Não há progresso sem acesso à alimentação de qualidade e, quando afirmamos que o Brasil exporta para mais de 150 países, também estamos falando de sustentabilidade. O IPC, como uma entidade representativa mundial do setor, precisa se posicionar para trazer esclarecimentos sobre os mitos que circundam a produção das proteínas de origem animal e deixar clara a nossa contribuição para a redução dos impactos ambientais”, diz.
As atuações nesse sentido já começaram: foram firmados compromissos com a agenda de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas, o que representa um marco muito importante para a avicultura brasileira e mundial.
Brasil: referência mundial
Ainda de acordo com a nova coordenadora, mesmo com todos os significativos avanços é sempre possível melhorar. “Devemos manter os cuidados no aspecto sanitário e procurar ter um sistema mais protegido, para que possamos continuar competitivos nos mercados. A Influenza Aviária está presente em vários países produtores, e nosso status sanitário é ímpar. Além disso, o sistema de integração favorece o cumprimento das exigências de bem–estar animal e temos que continuar atentos para nos mantermos como referência”, finaliza.