MANEJO É A CHAVE

Clima quente e ambiência: estratégias de manejo para minimizar o estresse térmico nas aves

Aviário
Foto: Canal Rural

O Brasil, com seu clima tropical, enfrenta altas temperaturas em várias regiões, mesmo durante o inverno. Para as aves, que são extremamente sensíveis a variações no termômetro, o calor excessivo pode se tornar um problema crítico, levando ao estresse térmico e comprometendo a produtividade. 

A adoção de práticas de manejo adequadas é essencial para garantir a saúde e o desempenho das aves, como explica João Nelson Tolfo Arruda, especialista em ambiência da Seara. Assista ao vídeo abaixo e confira a entrevista na íntegra.

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As aves manifestam alguns sinais claros quando estão enfrentando estresse térmico. Entre os comportamentos mais comuns estão a abertura do bico, um esforço para perder calor corporal, e a abertura das asas. Elas também podem deitar na cama com as pernas esticadas, uma tentativa de dissipar calor. “Esses sinais são fáceis de identificar, e é crucial que os produtores monitorem as aves regularmente”, explica João.

Ao contrário dos seres humanos, as aves não transpiram, o que as torna ainda mais suscetíveis a temperaturas elevadas. Por isso, garantir uma boa ventilação nos galpões é uma das principais formas de ajudar as aves a regular a temperatura corporal.

“A ventilação adequada, tanto nos galpões climatizados quanto nos convencionais, é essencial para garantir que as aves não entrem em estresse calórico”, enfatiza João.

Para combater o calor dentro dos aviários, o controle da temperatura é realizado principalmente pela ventilação. Segundo o especialista em ambiência, “é recomendado um ventilador para cada 65 metros quadrados, além de uma boa vedação e um sistema de nebulização eficiente”.

Além da ventilação, os nebulizadores e os painéis evaporativos podem ser usados para melhorar a sensação térmica dentro dos galpões. No entanto, João alerta para a importância de monitorar a umidade relativa do ar, que deve estar entre 45% e 65%, e nunca acima de 70%.

“Quando usamos nebulizadores ou placas evaporativas, devemos garantir que a umidade e a temperatura estejam adequadas, com a umidade relativa controlada para evitar o excesso de calor nas aves”, orienta.

A fase de crescimento das aves também é um fator a ser considerado. Em regiões mais secas, como o Centro-Oeste, por exemplo, a umidade mais baixa permite o uso antecipado de resfriamento evaporativo. Já em regiões mais úmidas, é necessário tomar cuidado com o acúmulo de umidade na cama do aviário.

Outro ponto importante é o controle da umidade dentro do galpão. As aves consomem grandes volumes de água, e cerca de 80% dessa água é devolvida ao ambiente na forma de respiração e fezes. “Um aviário pode consumir entre 10 mil e 15 mil litros de água por dia, e a ventilação é fundamental para retirar o excesso de água do ambiente”, explica João. 

O acúmulo de umidade pode impactar negativamente a saúde das aves e a qualidade da cama, favorecendo o aparecimento de doenças.

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