A cama do aviário está em constante contato com a pata da ave e, se sua qualidade não estiver adequada, pode afetar a saúde do animal. É uma enfermidade que não tem tratamento, mas o trabalho de prevenção é feito no manejo diário. Convidamos o extensionista Márcio Pilar para nos passar as principais recomendações aos avicultores, para que não tenha esse problema no seu lote. Assista ao vídeo abaixo:
Manejo Adequado da Cama
Alojando as aves com uma cama seca e macia, já se faz uma grande prevenção, garantindo um bom início de lote e evitando o calo de pata. O manejo dos calos é preventivo, e as medidas devem ser tomadas antes mesmo do alojamento das aves, começando pela compra da cama adequada.
Atualmente, o padrão utilizado é a maravalha, um material escolhido pela sua grande capacidade de absorção de umidade e facilidade no manejo e ventilação. A maravalha é considerada o melhor material para evitar o calo de pata.
Além do material adequado, é importante fazer um manejo eficiente dessa cama. Espera-se que a cama esteja sempre macia e seca. No entanto, em algumas ocasiões, como períodos de alta umidade ou excesso de chuva, a cama pode ficar mais úmida.
“O produtor deve fazer um manejo diferente, mexendo mais a cama com cuidado para evitar lesões de pele e condenações. Quando a cama não está mais nas condições esperadas, recomenda-se ao produtor mexer ou remover a cama”, reforça o extensionista.
O manejo da cama no aviário é crucial para a prevenção do problema, mas outros fatores também influenciam. “Trabalhamos muito com a prevenção através dos manejos de intervalo e durante o lote, evitando umidade alta, promovendo uma boa ventilação e ambiência”, ressaltou o extensionista. Além disso, Márcio explica que é necessário mexer a cama a cada dois ou três dias, mas o foco principal é na ventilação e ambiência para evitar o problema.
Cuidados Redobrados Durante o Ciclo
O manejo deve ser o melhor possível até os 12 dias de idade das aves, uma fase crítica para o aparecimento do calo, que pode machucar a pata da ave. Márcio, relembra que o calo de pata pode aparecer até dois dias antes da ave ser abatida, portanto, a atenção deve ser constante.
Outro fator importante a considerar é a densidade das aves. Um experimento conduzido pela Embrapa Suínos e Aves em Concórdia (SC), mostrou que o aumento da densidade de alojamento de 11 para 13 aves por metro quadrado provocou um acréscimo de aproximadamente 30% na incidência de pododermatites em frangos de corte, criados sobre cama de maravalha, devido à redução no espaço.
“O impacto do calo de pata no resultado zootécnico é significativo, afetando a conversão alimentar, aumentando as condenações e reduzindo o lucro do produtor”, disse Márcio.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a China importa anualmente do Brasil cerca de 700 mil toneladas de pés de frango. Portanto, a formação de calos nas patas pode representar uma perda econômica importante tanto para o produtor quanto para a empresa, que pode deixar de vender essas patas.
Se o produtor identificar problemas de calo de pata no lote, é importante comunicar e chamar o extensionista para pedir orientação e seguir as recomendações técnicas para evitar o aumento da incidência de calos nas aves.
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