Para quem deseja entrar na produção de proteínas animais, especialmente no sistema integrado de avicultura e suinocultura, é essencial entender os primeiros passos para se adaptar ao mercado.
De acordo com Cleito Demarchi, especialista de agropecuária, o primeiro requisito é possuir ou adquirir uma propriedade rural. Com o espaço certo, o produtor pode fazer as adaptações necessárias para atender às normas do setor e, eventualmente, ingressar como parceiro integrado.
Para iniciar no sistema, Demarchi explica que o interessado precisa adequar a propriedade às normas sanitárias e estruturais exigidas. Isso envolve desde a análise de localização e acesso até a garantia de serviços básicos, como energia elétrica, iluminação e água. Além disso, a propriedade deve ter espaço suficiente para suportar a criação desejada, o que varia de acordo com o tipo de produção – aves ou suínos. Assista o vídeo abaixo para conferir a entrevista na íntegra.
Requisitos e tamanho ideal de propriedade
Um dos questionamentos comuns entre os produtores é o tamanho da propriedade necessária. Conforme Demarchi, isso depende do tipo de animal e da fase de criação. Para atender à demanda mínima, uma propriedade inicial de 8 a 10 hectares é recomendada, podendo aumentar conforme o mix produtivo. Isso permite que a infraestrutura suporte as necessidades da produção integrada.
Além disso, o produtor precisa buscar orientações com extensionistas rurais das integradoras, onde equipes técnicas estão disponíveis para esclarecer dúvidas sobre o processo de adaptação e expansão das instalações.
- Espaço físico, planejamento e assistência técnica são fundamentais para investir na criação de perus
Outro ponto importante para se tornar um produtor integrado é a regularização documental. Segundo Demarchi, o primeiro passo é obter as licenças ambientais, fundamentais para avaliar a adequação da terra e dos recursos hídricos, além de obedecer a regras de proteção ambiental.
Uma vez aprovadas, o produtor deve seguir para as licenças sanitárias, com registro nos órgãos responsáveis, como o Ministério da Agricultura, que fiscalizam todas as fases da produção.
A integradora oferece suporte aos produtores nesse processo, inclusive com visitas de especialistas à propriedade. Essas visitas são destinadas a orientar sobre a viabilidade das licenças e a acompanhar o andamento da documentação. Esse apoio facilita a regularização e aumenta as chances de sucesso na parceria.
Investimentos e suporte financeiro
Para iniciar uma granja de aves ou suínos no modelo integrado, o investimento inicial pode variar. Segundo Demarchi, valores aproximados para construção de galpões para corte de frangos, por exemplo, vão de R$ 1,8 a R$ 2 milhões, dependendo da tecnologia utilizada. Em sistemas de suínos, esse valor pode chegar a R$ 12 milhões, dependendo das exigências do projeto e da cadeia produtiva.
A integradora também fornece os insumos essenciais para o ciclo de produção. Para aves, por exemplo, a empresa entrega os pintinhos de um dia e toda a ração necessária. Além disso, a logística de transporte de animais e de insumos é gerenciada pela integradora, o que facilita o processo para o produtor.
A empresa também assume a responsabilidade pela comercialização do produto, garantindo um mercado para o produtor. Essa segurança comercial é uma das principais vantagens do sistema integrado, permitindo que o produtor concentre seus esforços na produção, enquanto a empresa garante a distribuição e as vendas.
Siga o Ligados & Integrados no Google News para ficar por dentro de tudo que acontece no setor.