É nos Estados Unidos que ficam os avozeiros, aquelas granjas de avós com a melhor genética de perus. Os ovos vêm de avião para o Brasil. Os incubatórios ficam em São Paulo.
Com apenas um dia de vida, as fêmeas vão para a recria. Lá elas ficam durante 29 semanas até serem transferidas. Já na granja de produção, o preparo inclui as fases de adestramento e estímulo de luz. Nesse período as aves também estão preparando os ovários. Depois de 50 dias de vida, passam pela inseminação artificial. Em mais ou menos 33 semanas de vida, começam a botar um ovo por dia.
Depois de todo esse processo inicial, o trabalho se concentra na restrição de luz para controlar o desenvolvimento do ovário e o ganho de peso. As aves de posturas são bem diferentes das aves de corte, porque têm capacidades diferentes. Elas pesam em média 12 quilos e meio.
Palavra da especialista
De acordo com a médica veterinária Ana Flávia Zoschke, há um alojamento por mês. A cada mês, as peruas de um dia são recebidas no Rio Grande do Sul. “Com 29 semanas, ainda na recria, no dia em que serão transferidas, elas já começam a receber o estímulo de luz. Na granja de produção, o período de recebimento de luz passa de 6 horas para 14 horas por dia. A partir daí, são iniciados os processos de preparação para a postura: inseminação, adestramento para aprender a botar os ovos nos ninhos e não nas camas, e assim por diante. O processo leva mais ou menos entre 2 e 3 semanas, até de fato colocarem os ovos”, explica.
Ainda de acordo com Ana Flávia, são manejos diferentes entre matrizes e peruas de corte. “Além da disponibilidade de água e ração, os cuidados em relação à biosseguridade nas granjas de matrizes são bem maiores. Temos que tomar banho para entrar e sair da granja e respeitar o vazio sanitário”, diz. Temperatura e luminosidade também impactam na produção. “Lotes alojados no inverno, quando a luminosidade é menor, demoram um pouco mais para abrir a cloaca para a inseminação, atrasando um pouco a postura. Já no verão, a perua tem uma tendência maior de chocar. O verão favorece o processo. Lembrando que na recria os aviários são fechados com lonas, e na produção não. A intensidade de luz é maior e o processo é mais estressante para as fêmeas’, destaca Ana.
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