Conforto térmico, água fresca disponível e… alimentação à vontade. É claro que um ambiente tão favorável para o desenvolvimento de pintinhos e frangos atrai a curiosidade de outras espécies, mas nem as aves e nem os produtores estão interessados em receber a visita de perigosos intrusos. É por isso que nas propriedades são adotadas medidas estratégicas para surpreender os inimigos da avicultura, principalmente, os roedores.
Armadilha e isca
O cano de PVC não está ali à toa. A isca dentro dele significa o fim da linha para intrusos na granja. “O produtor Diego Tofanim optou por fazer uma armadilha com canos de PVC, colocados estrategicamente ao redor dos aviários com espaçamento de 15 metros. O controle de roedores é realizado durante o lote e também nos intervalos. Ratos são possíveis transmissores de doenças, e o objetivo é zerar a população de roedores nos aviários”, explica o veterinário Pedro Mota. Também há cercas ao lado de composteiras e nos silos, local atrativo que armazena o alimento dos frangos. “Há diversos tipos de raticidas. O Diego usa um bloco parafinado, mais resistente às intempéries, mas poderia ser semente de girassol envolta pelo raticida, ou ainda pó de contato, mais utilizado durante o intervalo”, diz Pedro.
Prejuízos na produção e na estrutura
Diego sabe que os roedores são um dos maiores inimigos da avicultura e faz o trabalho de prevenção direitinho. “Felizmente não tenho tido problemas nos últimos anos porque aqui usamos o raticida corretamente, mas já tive no passado. Ratos são terríveis e podem transmitir várias doenças para o lote, além de danificar a estrutura do aviário, roendo lona, bandô, fiação, fazendo sujeira e consumindo ração, interferindo na conversão alimentar em casos mais graves de infestação. Se eles tiverem acesso ao alimento, a família dos ratos expande rapidinho”, diz o produtor. Diego explica que também cuida para não haver sobras de alimentos nos aviários que possam chamar a atenção dos ratos. “Calculo bem para não sobrar ração. Mas, se sobrar, ensacamos e colocamos nos pallets em um local seco rodeado de isca”.
Controle na planilha
Para saber se algum rato passou pela propriedade, ou quantos passaram, o produtor deve realizar checagem quinzenal e preencher uma planilha com as informações. “Ele deve registrar se a isca está intacta, se foi consumida pelo rato e se porventura achou algum rato morto por aqui. Se houver o consumo da isca, ela é reposta, assim como é reposta obrigatoriamente nos intervalos entre lotes. Nesse período, é preciso garantir as iscas mais frescas possíveis para o próximo lote”, orienta Pedro. Wandinalva Teixeira, médica veterinária, explica que alguns roedores transitam pelo solo, outros, em área mais suspensas, como o forro do aviário. “É preciso fazer os registros para perceber em quais armadilhas está havendo maior ocorrência ou infestação de ratos. Há produtos químicos que podem ser colocadas na forração do aviário e também armadilhas suspensas”, diz.
Roçar, limpar e organizar
Para o controle de vetores, não só dos roedores, o produtor também deve fazer a manutenção da área ao redor do aviário. “Durante o intervalo, enquanto estiver fazendo a fermentação da cama, o produtor deve aproveitar para fazer manutenção e organizar tudo. Ele deve controlar a quantidade de mato e entulhos, que também atraem ratos, deixando tudo limpo. O Diego é um exemplo em limpeza e organização”, diz o extensionista Fabiano Miqueleto. “Uma cerca bem estruturada ou uma mureta funcionam bem como barreiras terrestres contra animais maiores, como gambás, já que não temos como investir em barreiras aéreas contra pássaros silvestres”, completa Wandinalva.