A principal diferença entre a criação de frangos e de perus é o tempo. Os perus ficam alojados por um período mais longo e o ciclo de produção é dividido em duas etapas. “São duas fases, iniciador e terminador. No iniciador eles ficam até completar 33 dias e depois são transferidos para a terminação. Aí, o período vai depender do mix que será feito. Se forem machos, ficarão mais 130 dias. Já na produção de frangos só existe a fase de terminação”, diz o gerente agropecuário Fernando Felicetti.
Agressivo, eu?! Apenas curioso
Em relação ao comportamento dos animais, Fernando defende que os machos não são tão agressivos quanto dizem. “Em um matrizeiro, comparando um peru macho de 40 kg e um frango de 4 ou 5 kg, o frango é mais agressivo, principalmente o da linhagem Ross”, explica. Por serem muito curiosos, os perus demandam cuidados especiais. “Os perus amontoam muito fácil. À noite, por exemplo, muita luminosidade de uma lanterna ou algum barulho podem chamar a atenção dos animais. Todos querem ver o que está acontecendo ao mesmo tempo, e isso acaba causando problemas”, alerta.
Os perus também sofrem mais com o clima. A demanda de frio é mais intensa principalmente para os machos pesados, que precisam de uma temperatura média em torno de 18°C. Já os frangos de corte aos 40 dias de vida, aproximadamente, precisam de 22 graus para uma boa sensação térmica. “Estamos falando de uma diferença de 4 graus para manejar a granja de perus. Em algumas regiões, há picos de 35 graus. O ideal é levar o macho pesado, que sofre mais com o calor no verão, para as regiões mais frias, e deixar a fêmea pesada nas regiões um pouco mais quentes”, orienta.
Aviários exigem equipamentos mais robustos
De acordo com o extensionista Leandro Schlemer, a idade dos lotes guarda diferenças. Enquanto o peru de corte chega aos 22 kg em sua fase adulta, o frango chega aos 4 quilos. Isso exige pequenas adaptações dos equipamentos nas granjas. “A demanda pelo consumo da carne de peru tende a aumentar. Temos vagas abertas para a construção de novos aviários na região Sul do país”, antecipa Leandro. “Os equipamentos devem ser mais robustos, já que os animais são maiores. Mas a diferença de preços, em reais, entre os equipamentos não difere muito. Aliás, um aviário de frangos custa mais caro”.
Leandro também destaca que qualquer região do Brasil pode criar perus. Porém, a região Sul oferece vantagens por conta do clima. “Na fase de terminação, em que os perus demandam mais frio, eles engordam quase 1,3 kg por semana. Um ponto positivo é que hoje 100% das nossas creches, que correspondem à fase inicial, contam com aviários climatizados. Fora isso, o custo de produção no Sul também é mais atrativo. Por ficarem mais tempo nas granjas, os perus custam mais caro aos produtores, e isso nós podemos atestar comparando nas gôndolas dos mercados a diferença de preço entre embutidos de peru e frango. Mas a produção rende bem”, incentiva.
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