Agronegócio

Cuidados na recepção dos pintinhos garantem bons resultados zootécnicos

O manejo mais adequado dos pintinhos é aquele que melhor responde às necessidades fisiológicas e de bem-estar, qualquer que seja o seu estágio de maturidade

O processo de recebimentos dos pintinhos para o alojamento no aviário exige uma série de etapas e procedimentos. O manejo dos pintinhos pode ser conceituado como o conjunto de ações com o objetivo de proporcionar conforto às aves, de maneira que elas possam ter o melhor desempenho zootécnico possível e gerar a lucratividade esperada ao avicultor.

O manejo mais adequado dos pintinhos é aquele que melhor responde às necessidades fisiológicas e de bem-estar, qualquer que seja o seu estágio de maturidade. O manejo em avicultura procura conjugar o trabalho manual mais simples aos mais avançados conhecimentos técnico-científicos. Isso permite a tomada de decisões, geradoras de várias consequências econômicas e administrativas quanto ao empreendimento.

Atividades como recepção dos pintinhos; quantidade de comedouros e bebedouros a distribuir; programas de iluminação; controle da ventilação, da temperatura e da umidade; qualidade e quantidade do material a servir de cama; a formulação de dietas; a prevenção de doenças; a apanha dos animais, dentre outras, dizem respeito ao manejo.

A montagem do galpão se inicia logo após a saída das aves. É feito um trabalho de vazio sanitário, onde se fermenta o galpão. Após essa fermentação e queima de penas, começa a preparação do aviário para a montagem.

Ações práticas:

– Dimensionamento do tamanho de pinteira
– Um bico para a cada 25 pintinhos, 

– Um prato de ração para oitenta a cem pintinhos.
– Colocação das cortinas transversais para vedação e obtenção de um adequado  aquecimento.

Segundo Fabrício Pimentel, gerente da granja, a equipe procura atender fundamentalmente o bem-estar animal. “Descarregamos as caixas com cuidado para não machucar nenhum pintinho. Na hora de descarregar dentro do aviário é feito bem devagar, em uma altura próxima da cama para não ferir nenhuma ave”, explicou. “A gente usa a equipe toda para poder atender o menor tempo possível já para a ave receber a ração, para poder começar a se desenvolver. Hoje, a gente descarrega com nove pessoas e procura começar e terminar todo mundo junto”, detalhou.

Pimentel destacou ainda que na primeira semana, os profissionais ficam por um período maior de tempo dentro do aviário. “Entra um sai outro, entra um sai outro, porque tem que  renovar a ração dentro das passarelas. Durante os três primeiros dias, é preciso renovar a ração mais ou menos de hora em hora, de acordo com que o pintinho come. É preciso também conferir se a água não está esquentando para poder renová-la no bebedouro”, disse. “É preciso estar bastante atento”, afirmou.

Erro mais comum envolve a ambiência 

Ainda segundo Fabrício Pimentel, o pior erro para alojar as aves é uma má vedação do aviário. “O aviário tem que ser bem vedado, desde as cortinas internas e externas, a transversal que é a gente que monta no alojamento, tudo muito vedadinho pra poder segurar aquele calor que as fornalhas vão soltar dentro da pinteira, não deixar sair nada para fora. Tem que manter sempre a temperatura de uma ponta a outra”, afirmou.  “A expectativa da gente sempre é tirar um bom lote. A gente depende de boa mão de obra, que o resultado vem naturalmente, desde que mantenha um bom trabalho, com o esforço de todo mundo o resultado do lote vem naturalmente com certeza”, apontou.

Dicas importantes

Deve-se assegurar que o aviário esteja limpo e sem a presença de aves por pelo menos 10 dias. Um a dois dias antes da data prevista para a chegada dos pintos é necessário que se faça uma última desinfecção do galpão e equipamentos, assegurando-se as condições de funcionamento, limpeza e em número suficiente, e que os acessos ao aviário possuam pedilúvios para desinfecção dos calçados.   

Os círculos de proteção ou área para o alojamento devem ocupar menos da metade do aviário. Duas a três horas antes do alojamento dos pintos é necessário verificar se as campânulas estão funcionando e os bebedouros e comedouros abastecidos. Na chegada dos pintos, além de efetuar-se a contagem dos pintos existentes nas caixas, deve-se separar aqueles que apresentam pernas retorcidas, cabeças e olhos defeituosos, bicos cruzados e aspecto de inviabilidade de sobrevivência (refugo). O total de pintos com problemas deve ser anotado. Alojar somente aves de mesma idade em cada aviário (sistema todos dentro todos fora).

 Os pintos devem ser colocados no círculo de proteção ou área para o alojamento, molhando-se o bico de alguns deles para servir de orientação da fonte d´água para os demais. Assegurar o abastecimento dos  bebedouros e comedouros uma hora antes da chegada dos pintos. Todos os pintinhos devem ter acesso à ração e água logo após o seu alojamento.

 Retirar imediatamente do galpão as caixas vazias para que sejam queimadas, se forem de papelão. Se forem caixas plásticas, queimar o papel e/ou cama contida nos mesmos.

 Registrar as seguintes informações em fichas específicas: número de pintos e data do alojamento, ração fornecida, mortalidade e outras que forem importantes.   

Manter a densidade de 12 frangos/m2, com produção de 25 a 30 kg de carne/m2; porém, considerar que a densidade pode ser variada com a época do ano, com o peso e idade das aves ao abate. (Informações técnicas por Valéria Maria Nascimento Abreu e Valdir Silveira de Avila, Embrapa Suínos e Aves). 

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