Na suinocultura, o esforço para os animais ganharem peso é grande. Mas, hoje, garantir uma boa conversão alimentar já não é tão complicado como era antigamente. O suinocultor Elvio Maroso, de Travesseiro (SC), fornecia ração manualmente quando ingressou no negócio anos atrás. “Ainda não havia os modelos de galpões mais modernos, era outra instalação. O trato era manual e os comedouros eram de madeira. Eu fornecia ração três ou quatro vezes ao dia, dependendo da fase do leitão, e precisávamos passar pelo corredor. Era trabalhoso”, explica. Conforme a tecnologia avançou, as granjas se modernizaram e o fornecimento de ração se tornou automático.
Sistema traz ração dos silos para os galpões
De acordo com o extensionista de creche Wagner Behencke Raupp, antigamente, todo o processo de arraçoamento dos animais era manual. Como mencionou Elvio, os cochos eram de madeira e o produtor ia com um carrinho ou com uma concha fornecer ração baia por baia. “Hoje, a ração sai automaticamente do silo. O produtor não precisa ir até lá buscar para trazer aos animais”, diz. Funciona assim: um sensor pede ração conforme a necessidade dos animais, acionando um sistema que puxa dos silos e joga o alimento automaticamente nos comedouros através de canos.
Com o fornecimento de ração automático, o produtor só precisa regular os comedouros e adequar o tipo de ração conforme as fases da produção. “O alimento vai mudando conforme o desenvolvimentos dos animais. Primeiro, tem a papinha, que vem ensacada. Ela é oferecida aos animais menores com dificuldade para se adequar à dieta da ração, para que aprendam a se alimentar melhor. Na granja do Elvio, já estamos na fase final do lote, na última ração. Durante todo o processo de creche, são cinco tipos oferecidos”, esclarece Wagner.
Da alimentação líquida para a sólida
Quando o animal deixa a dieta líquida, a ração seguinte não pode ter muita proteína. Para começar, ela ainda tem que ter bastante leite na composição. Conforme o animal vai crescendo, o nível de proteína vai aumentando. É uma adaptação. “Então, hoje, além da papinha, temos mais quatro tipos de ração. A primeira dura em torno de sete dias, a segunda, dez dias, a terceira em torno de oito, e a última, como na granja do Elvio, vai até o final do lote. Hoje, a ração vem toda peletizada, em grãozinho”, diz Wagner.
Aprimorar o fornecimento de ração não significa apenas ganhar em eficiência, mas também tornar o negócio mais rentável. Melhora o ganho de peso, a conversão alimentar e poupa mão de obra. “Antes, o Elvio tinha que tratar quatro, até seis vezes por dia os animais. Hoje, não, hoje o animal puxa a ração conforme sua necessidade”, comenta Wagner. O investimento feito pelo Elvio nos comedouros facilitou a lida e trouxe praticidade. “Além de prático, reduziu o esforço físico. Agora, nosso trabalho maior é dar uma passada nas baias para ver se tem água e ração à vontade”, diz o produtor.
O fornecimento automático também ajuda a reduzir o desperdício de ração. No final das contas, sai mais barato que os cochos de madeira. “E como é de inox, facilita a higienização. Tudo ficou melhor. Meus resultados melhoraram bastante”, finaliza Elvio.
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