Cerca de cinco bilhões de aves migram todos os anos pelo mundo, desempenhando papéis cruciais nos ecossistemas. Essas aves silvestres podem ser vetores de doenças, como a gripe aviária. Em 2023, o Brasil registrou seus primeiros casos da doença, com 166 focos identificados, majoritariamente em aves migratórias.
A médica-veterinária Daniela Baptista, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), destaca a importância de reforçar as medidas de biosseguridade nas granjas para evitar o contato entre aves silvestres e comerciais. “A migração é um fenômeno natural, mas precisamos atuar para minimizar os riscos”, explica. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.
Períodos críticos e rotas internas
As aves migratórias vindas do hemisfério norte começam a chegar ao Brasil entre outubro e março. Contudo, com a entrada do vírus H5N1 na América do Sul, é preciso atenção constante, devido às rotas internas que ocorrem o ano todo.
“Precisamos estar atentos 100% do tempo, pois as migrações ocorrem de várias formas”, ressalta Daniela.
Os produtores devem conhecer os sinais clínicos da gripe aviária, como mortalidade elevada e comportamentos anormais, e notificar imediatamente os serviços veterinários.
Ações preventivas e notificações
Reforçar a biosseguridade é fundamental, mas a detecção precoce também faz a diferença. O MAPA oferece materiais educativos e canais de notificação, como o Sisbravet, para auxiliar os produtores. Os estados também possuem canais próprios para facilitar o reporte de suspeitas.
Em casos de suspeita, as granjas são imediatamente interditadas para evitar a disseminação do vírus. Barreiras sanitárias, vigilância em áreas próximas e ações educativas são implementadas como parte do plano de contingência.
Barreiras sanitárias: uma proteção essencial
Embora o Brasil não tenha registrado casos em granjas comerciais, o plano de contingência do MAPA foi revisado em 2023 para responder a possíveis surtos. As medidas incluem interdição de propriedades em um raio de 10 km, restrições de trânsito e educação sanitária.
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O comprometimento dos produtores é essencial para prevenir novos focos. A biosseguridade, combinada com a notificação precoce, forma a linha de frente contra a influenza aviária. “É um conjunto de ações que começa com a conduta responsável de cada produtor”, conclui Daniela.
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