Até o dia 27 de junho deste ano, o Brasil registrou 164 focos da influenza aviária de alta patogenicidade, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). A maioria dos casos foi identificada em aves silvestres, com três confirmações em aves de fundo de quintal. Não há casos confirmados em aves comerciais até o momento, o que mantém o status do Brasil como livre da doença para o comércio internacional.
Com o início do inverno as ações de prevenção contra a gripe aviária continuam sendo de extrema importância. O governo brasileiro, juntamente com o Ministério da Agricultura e Pecuária, tem desenvolvido esforços contínuos para manter a influenza aviária fora do plantel avícola comercial brasileiro e proteger a saúde pública. Assista a entrevista na íntegra.
Medidas de Biosseguridade Essenciais para os Produtores
Para garantir a proteção contra a gripe aviária, os avicultores devem adotar medidas rigorosas de biosseguridade. Entre as práticas recomendadas estão o controle adequado das pessoas que entram na granja, o isolamento físico das aves de criação de animais externos, e cuidados específicos com ração e água. É fundamental que desconhecidos não entrem nas áreas de produção, para evitar a introdução de vírus no ambiente.
Segundo Marcelo Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal, do Ministério da Agricultura Pecuária, a instituição, juntamente com os órgãos estaduais de defesa sanitária animal, disponibiliza materiais informativos amplos em redes sociais e portais eletrônicos.
Essas informações são direcionadas aos produtores e usuários do sistema, detalhando sintomas clínicos precoces de doenças respiratórias e digestivas, além dos procedimentos que devem ser adotados em caso de suspeita de influenza aviária.
“Essa medida favorece uma atenção rápida e uma resposta rápida que é crucial no sentido de identificar os riscos e fazer a contenção da disseminação da doença”
Marcelo Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal do MAPA
Impacto das Condições Climáticas e Vigilância
Este ano, com a previsão de um inverno com temperaturas mais altas e tempo seco, os desafios para controlar e não disseminar o vírus da influenza podem ser maiores. Historicamente, aves silvestres e migratórias têm um papel importante na circulação do vírus.
O Ministério da Agricultura e Pecuária implementa programas de vigilância ativa para monitorar essas populações e coletar material para identificar a presença de vírus de alta ou baixa patogenicidade.
A vigilância é essencial para detectar precocemente os riscos e tomar medidas preventivas. O controle rigoroso de movimentação de aves em eventos como torneios e feiras também é crucial. Esses eventos são permitidos, mas ocorrem de forma controlada, com monitoramento da origem e destino das aves e verificação da condição sanitária dos animais.
Exportação e Confiança Internacional
O Brasil exporta para mais de 140 países, resultado de práticas de biosseguridade extremamente rigorosas implementadas pelos produtores ao longo dos últimos 20 anos. A ausência de focos de doença emergente nas granjas comerciais brasileiras é um reflexo dessas medidas.
Os critérios de biosseguridade incluem controle rigoroso na entrada de pessoas, seleção cuidadosa dos animais, e controle da ração e água. A indústria avícola brasileira é reconhecida mundialmente por essas práticas avançadas, que garantem a segurança dos consumidores e a qualidade dos produtos.
“As medidas de biosseguridade do sistema avícola brasileiro são únicas e contribuem com que o Brasil seja o maior exportador de carne de frango no mundo”
Marcelo Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal do MAPA
Pesquisa e Desenvolvimento
Atualmente, o Brasil não utiliza vacinas contra a gripe aviária no plantel avícola nacional. A estratégia de controle baseia-se na vigilância rigorosa e na implementação de medidas de contenção em caso de detecção de focos. Segundo Marcelo “a vacinação pode mascarar sintomas precoces da doença, dificultando a identificação rápida e a contenção eficaz”.
No entanto, o Ministério da Agricultura continua investindo em pesquisa para monitorar e ajustar as estratégias de biosseguridade conforme necessário. A vigilância contínua e a cooperação entre governo, produtores e instituições de pesquisa são fundamentais para manter o status sanitário do Brasil e garantir a competitividade internacional.
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