Nos últimos anos, os invernos no Centro-Oeste têm se caracterizado por temperaturas que podem chegar a 7-8ºC, com dias frios prolongados e umidade extremamente baixa, em torno de 20-23%. Esses fatores criam um ambiente desfavorável para as aves, aumentando a concentração de poeira e patógenos no ar.
Os avicultores precisam estar atentos às condições do ambiente no aviário. A baixa umidade resseca as vias respiratórias das aves, tornando-as mais suscetíveis a doenças respiratórias como a aerossaculite, uma inflamação dos sacos aéreos. Esta condição é agravada pela presença de poeira e partículas virais ou bacterianas.
Assista ao vídeo abaixo e confira as orientações do médico-veterinário Willian Biazolli, supervisor de agropecuária na Seara da unidade de Sidrolândia, Mato Grosso do Sul, sobre como garantir a qualidade do manejo nas granjas.
Para diagnosticar problemas respiratórios, os produtores devem observar sinais como roncos e alterações na respiração das aves. É na necropsia que se pode revelar lesões nos pulmões e sacos aéreos, confirmando a presença da doença.
Willian destaca que, assim como os humanos, as aves sofrem com a baixa umidade, que resseca as vias respiratórias e facilita a entrada de patógenos. Este cenário exige medidas preventivas eficazes para minimizar os impactos negativos na produção.
Medidas preventivas e manejo adequado
Para enfrentar esses desafios, é essencial controlar a umidade dentro dos galpões, mantendo-a acima de 40%. O uso de nebulizadores e sistemas de resfriamento evaporativo pode ser uma solução eficaz, mas deve ser realizado com cautela para evitar o excesso de umidade, que pode gerar outros problemas, como a deterioração da qualidade da cama.
A qualidade da cama é um fator crucial. Uma cama bem tratada e seca reduz a emissão de gases nocivos, como a amônia, e diminui a pressão de infecção. Portanto, durante o intervalo entre lotes, é importante realizar um tratamento térmico adequado na cama, garantindo que ela esteja em condições ideais para o próximo ciclo de produção.
Adaptação da Ambiência dos Galpões
A adaptação da ambiência dos galpões é fundamental durante o inverno seco. Os avicultores devem ajustar os sistemas de ventilação e resfriamento para manter a umidade em níveis adequados e garantir uma boa circulação de ar. O uso de placas evaporativas e nebulizadores deve ser controlado para evitar excesso de umidade, que pode causar outros problemas.
A manutenção regular dos equipamentos de ventilação e resfriamento é necessária para garantir seu funcionamento eficiente. Isso inclui a limpeza de filtros e dutos, além da verificação de sistemas automáticos de controle de umidade e temperatura.
A instalação de sensores de umidade e temperatura pode ajudar a fornecer dados precisos para a tomada de decisões.
Os avicultores devem estar atentos às condições climáticas e ajustar as práticas de manejo conforme necessário para manter a saúde das aves e a eficiência da produção.
Os avicultores devem trabalhar em estreita colaboração com médicos-veterinários e especialistas em bem-estar animal para implementar as melhores práticas de manejo. A orientação técnica é fundamental para ajustar as condições dos galpões e adotar medidas preventivas que minimizem os riscos de doenças respiratórias nas aves.
Benefícios das Medidas Preventivas
Implementar medidas preventivas pode trazer inúmeros benefícios para a produção avícola. A manutenção de uma umidade adequada reduz a incidência de doenças respiratórias, melhorando a saúde geral das aves e, consequentemente, sua produtividade.
A redução de poeira e gases nocivos no ar melhora o bem-estar das aves, refletindo-se em melhores índices de conversão alimentar e ganho de peso. Além disso, a adoção de boas práticas de manejo ambiental pode aumentar a longevidade do plantel e reduzir os custos com medicamentos.
Essas práticas não só garantem a saúde das aves, mas também contribuem para a sustentabilidade da produção, mostrando ao mercado consumidor um compromisso com o bem-estar animal e a qualidade do produto final.
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