As aves reprodutoras precisam receber cuidados especiais para realizar bem a função de botar ovos. Seja na granja convencional ou na granja modal, as instalações devem proporcionar conforto e bem-estar aos animais. Um manejo muito bem realizado é essencial para garantir a produtividade das matrizes.
Como a galinha bota o ovo?
Segundo a extensionista Aline Neto Pain, a eclosão acontece quando o galo está no período ideal de fertilidade. Ele sobe em cima da galinha, unem as cloacas e fecundam.
A cloaca é uma abertura existente tanto nas galinhas quanto nos galos. Ela marca não só a parte final do intestino grosso, mas também dos sistemas urinário e reprodutor. Isso significa que, por meio da cloaca, as galinhas eliminam as fezes e a urina. Além disso, é por onde elas conseguem botar ovos.
A partir da eclosão, a galinha logo vai precisar do ninho. Há ninhos tanto na granja convencional, como na automatizada. Isso não muda. Dentro do ninho, há um tapete emborrachado para o ovo não quebrar. Logo, o ovo percorre uma esteira para ser recolhido e classificado.
A extensionista Gabriela Casagrande Paim explica que a classificação é importante para separar os ovos incubáveis dos trincados. Ou dos ovos comerciais, por exemplo. “Esses ovos não dão eclosão, não dão pintinho, então são separados”, diz.
Tecnologias diferentes
A granja do Moacir Ré, localizada na cidade de Ermo, Santa Catarina, possui quatro aviários convencionais. As galinhas estão com 30 semanas. No total, as fêmeas botam mais de 20 mil ovos por dia. Já na granja automatizada, em Balneário Gaivota, litoral catarinense, as matrizes estão com 66 semanas e botam uma média diária de 25 mil ovos.
Para o manejo de milhares de ovos, é preciso aliar dois aspectos: mão de obra e tecnologia. Por isso, comparamos o manejo dos ovos entre as granjas convencional e automatizada.
Granja convencional x modal
E é na classificação dos ovos que há diferença entre as granjas. Na granja convencional há um ninho mecânico, mas a coleta é manual. Ou seja, os ovos são recolhidos um por um na bandeja, com a parte mais fina para baixo. É que o ovo precisa estar com a câmara de ar para cima. Esse é o lado que vai receber a primeira vacina. Além disso, quando o pintinho estiver prestes a nascer, ele vai bicar e encontrar oxigênio o suficiente para sair saudável.
Após a classificação, os ovos são colocados em bandejas de incubação para depois seguirem para a sala de fumega. É o lugar onde será feita a desinfecção dos ovos.
Na granja modal, o processo de recolher os ovos é todo tecnificado. Há uma esteira que recolhe os ovos dentro do ninho e passa por um sensor para a contagem dos ovos. E, de aviário por aviário, chega ao último processo do percurso: a bandeja. O equipamento coloca automaticamente o ovo com a parte arredondada para baixo.
O avicultor Jaison Bonoldi Patrício explica que passam pela esteira mais de 45 mil ovos por dia. E a máquina é um bom motivo para automatizar ainda mais o trabalho. “O sugador recolhe de 45 em 45 ovos e deposita na bandeja em duas partes. Após o processo, que dura em média 10 segundos, o ovo vai para o carrinho e para a fumega”, diz.
Após a limpeza, esses ovos são demarcados para ir ao incubatório. Tudo é separado para garantir que não haverá contaminação. O processo é o mesmo, tanto na granja automatizada como na convencional. Na granja convencional são feitas 5 coletas por dia, enquanto na granja tecnificada, o ciclo é contínuo até o final da tarde. Após todo o percurso, os ovos seguem para o incubatório.
Confira também a reportagem completa sobre os processos no incubatório. Da eclosão ao nascimento do pintinho.