Não se engane: a produção de perus é bem diferente da produção de frangos. Para começar, o ciclo de criação dos perus é dividido entre as fases de manejo iniciador e terminador. De acordo com Jovani Felippetto, médico veterinário e gerente agropecuário de perus, na fase de crescimento, ou fase da engorda, o frango é alojado com um dia de vida, e segue para o abate após 28 dias (griller) ou 42 dias mais ou menos (aves pesadas), enquanto o manejo iniciador do peru vai do primeiro dia de vida ao trigésimo quarto. “A ave chega à granja com peso médio de 1 quilo e 400 gramas e o produtor que faz a engorda fica alojado com uma fêmea leve, por exemplo, em torno de 62 dias. Ou seja, serão mais 28, 30 dias mais ou menos a mais na propriedade. Já a fêmea pesada chega à idade final de 115 dias, e o macho pesado, 145 a 150 dias de vida. São ciclos diferentes, bem distintos. A produção de perus se assemelha mais ao ciclo de vida dos suínos nesse aspecto”, explica Jovani.
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Atualmente, o mercado de perus segue praticamente estável. Há crescimento, só que menor, se comparado a outras proteínas. Para Jovani, existe um apelo de saudabilidade da carne e uma condição de custo de compra (já que a proteína é mais cara em relação ao frango, por exemplo) para que o brasileiro ou o morador de um país mais pobre possa acessar a carne de peru. “A exemplo do frango, que a gente vê disponível no mercado porcionado, oferecido em pratos prontos ou já temperados, não vemos o mesmo com o peru, o que acaba limitando a forma como consumimos. Em países como os Estados unidos, onde há um consumo não sazonal e grande o ano todo, existem disponibilidade e variedade de pratos”, comenta Jovani.