Mais um grupo se coloca à disposição para, de forma preventiva, auxiliar o Brasil no combate à influenza aviária: os Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Affas). Até o momento, apesar de surtos em outros países, não há registro de nenhum caso da doença em território nacional.
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Em nota, os Affas afirmam que já estão na ativa nesse sentido. “[Estamos] mobilizados com toda a cadeia da avicultura nacional para cumprir as ações do Plano de Vigilância de Influenza Aviária, que integra o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA).”
Os auditores ressaltam que têm trabalhado em conjunto com os médicos veterinários dos órgãos estaduais. A ideia dessas ações é prevenir a entrada da doença na avicultura e também para o pior cenário, que seria o ingresso da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em criações comerciais do Brasil.
“Os Affas estão preparados e de prontidão para atender de forma imediata as notificações” — Affas
“Desde o início de novembro, o nível de alerta está elevado, pois é o início do período de migração das aves do hemisfério Norte para a América do Sul”, afirma o grupo. “Os Affas estão preparados e de prontidão para atender de forma imediata as notificações de suspeitas e os casos confirmados que possam vir a ocorrer, caso a IAAP seja detectada no Brasil.”
Risco da influenza aviária em produções comerciais
A ocorrência de IAAP em produções avícolas comerciais pode gerar muitas restrições no mercado de exportação de produtos e material genético avícola. A maioria dos países inclui restrições nos certificados para exportação no caso de contaminação em plantéis comerciais.
De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado pelo Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), para o cenário que considera a ocorrência de surto de influenza aviária no Brasil haveria perda direta anual de R$ 7,3 bilhões em exportações do agronegócio.
Consequentemente, essa situação ocasionaria perda adicional (indireta) de R$ 6,1 bilhões em outros setores da economia, totalizando R$ 13,5 bilhões em perdas (diretas + indiretas). Os impactos diretos se dão sobre os setores que compõem o agronegócio e os indiretos sobre os demais setores da economia.
Trabalho de inspeção
Os Affas médicos veterinários do último concurso do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) foram destinados em sua totalidade para a inspeção de produtos de origem animal. “Dessa forma, outras áreas imprescindíveis à prevenção e controle da gripe aviária estão defasadas, a exemplo de laboratórios, saúde animal e vigilância de fronteiras”, alerta o grupo no comunicado enviado à imprensa.
“Há um déficit de 1.620 auditores agropecuários na carreira, o que explica o cancelamento de férias de fim de ano e remanejamento de Affas para suprir carências graves em momentos como esse, de alerta de ingresso da influenza aviária e de outras doenças, como a febre aftosa e a peste suína africana, por exemplo”, prosseguem os Affas.
Na área de Saúde Animal do Mapa são menos de 200 Affas para atender todo o Brasil, nas mais diversas atividades de auditoria e fiscalização inerentes à carreira. Levando em consideração especialmente os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA’s), as métricas elaboradas pelo próprio Mapa apontam para um déficit de 132 Affas.
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