Nesta edição do Ligados & Integrados, nós respondemos ao telespectador Wéliton Mesacasa, de Trindade do Sul (RS). O médico veterinário Éder Barbon é especialista em processos de qualidade e esclareceu a seguinte dúvida: qual é a quantidade ideal de frangos por lote para obter a qualidade de pele mais perfeita?.
Éder reforça que o número de frangos por metro quadrado é extremamente importante não só pela qualidade da pele, mas também pela qualidade das patas e pela sanidade do lote. “Quanto maior o número de aves concentrada por metro quadrado, maior é o desafio dentro do galpão”, diz. “Hoje, nós trabalhamos com uma diferença muito importante que deve-se levar em consideração. Há uma diferença grande entre galpões. No caso, o galpão do Wéliton é um galpão de controle ambiental fechado. Em galpões de ambiente controlado nós trabalhamos com o número de frango por metro quadrado, diferentemente dos galpões abertos, onde você não tem controle do ambiente”, destacou o veterinário.
Já com relação ao número exato de frangos por metro quadrado, o médico veterinário responde com base nos melhores resultados que tem observado até hoje, especialmente para manter uma qualidade boa de pele e também de patas. “É fundamental que a qualidade da cama esteja de acordo para esse número de aves ou quilograma de aves por metro quadrado. Normalmente, nós indicamos em torno de doze a treze e meio aves por metro quadrado ou trinta e oito, trinta e nove quilos por metro quadrado. Quando nós trabalhamos com frango grande, em torno de dois quilos e oitocentos a três quilos. Isso para galpões climatizados”, explica Éder.
O especialista de processos de qualidade indicou para galpões abertos uma redução na quantidade de frango, por conta da agitação ser maior e com isso o percentual de lesões de pele podem aumentar. “Em galpões abertos, normalmente trabalhamos de dez a doze aves no máximo. Em torno de trinta e dois, trinta e quatro quilos por metro quadrado”, concluiu.
O que influencia na qualidade da pele?
O avicultor deve levar em consideração várias condições que influenciam na qualidade da pele ou na qualidade do empenamento das aves. O especialista comenta: “quanto mais cedo o empenamento, melhor a proteção corporal. A qualidade e a umidade da cama, o número de vezes que essa ave foi criada sob essa cama, tudo isso influencia. A quantidade de frangos por metro quadrado é super importante, mas nós não devemos descuidar dos outros fatores também.”
Éder ressalta que há integrados em todo o Brasil e que a produção de aves varia de quinze mil até sessenta mil aves dentro de um próprio galpão. “O que mais importa é o número total de aves por metro quadrado, porque é o número que faz o grande diferencial. O tamanho do galpão, não importa muito. O que importa é essa distribuição de aves por metro quadrado e as condições desse galpão para que dê um bom conforto térmico, um conforto bacteriológico, ou seja, que as condições dentro desse galpão sejam as melhores possível.”
O Brasil é um dos países de melhor sanidade do mundo, por isso, exportamos para mais de cento e sessenta países. A sanidade é fundamental. “Essas aves são criadas sob uma cama que contém bactérias, então, quanto maior o número de lesão na pele ou na pata, maior a probabilidade de você ter contaminações externas na carcaça. E a preocupação com a integridade dessa pele é fundamental para evitar contaminações. É importante manter a qualidade da cama e uma cama bem cuidada, com boa condição. Quanto menor o índice de patógenos, menor a probabilidade de se contaminar essa carcaça”, explicou o veterinário.
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Melhor rendimento das aves
O bem-estar animal está relacionado diretamente à saúde do animal. É através do bem-estar animal que o produtor irá garantir uma qualidade melhor de carcaça. Aves mais tranquilas trazem um bom resultado zootécnico. E todo empenho do produtor em proporcionar o bem estar animal será notado na conversão alimentar, no aproveitamento da ração e na menor taxa de mortalidade das aves.
O médico veterinário acrescenta: “garantir bem-estar animal é essencial para que o produtor consiga um ganho genético excelente, de melhor qualidade, naquilo que a genética pode proporcionar e que a nutrição também oferece. O grande desafio do produtor é melhorar o resultado de conversão alimentar, reduzir a mortalidade e garantir uma carcaça de boa qualidade no frigorífico, ou seja: garantir que aquele produto que nós fazemos no frigorífico chegue à mesa ou à gôndola do supermercado com as melhores condições”, finaliza.
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