A indústria avícola está buscando alternativas para promover a saúde e o desempenho das aves, especialmente diante das crescentes restrições ao uso de antibióticos melhoradores de desempenho. Uma solução promissora está sendo encontrada no uso de aditivos naturais, como óleos essenciais e ácidos orgânicos, que demonstraram diversos benefícios para o status imunológico, a digestão e a prevenção de doenças em aves.
Os óleos essenciais, conhecidos por suas propriedades antimicrobianas, têm se mostrado eficazes na desestabilização de bactérias patogênicas. Além disso, eles podem fortalecer a resposta imunológica das aves, aumentando a produção de imunoglobulinas e regulando a expressão de citocinas pró-inflamatórias. Esses compostos também atuam como antioxidantes, neutralizando os radicais livres produzidos durante momentos de estresse, como o estresse térmico.
Um estudo recente revelou que os óleos essenciais têm um efeito positivo nos índices zootécnicos das aves, especialmente em situações desafiadoras, como o estresse térmico. Eles estimulam a secreção de enzimas digestivas, melhoram a motilidade intestinal e aumentam a digestibilidade e absorção dos nutrientes, contribuindo para um melhor desempenho global das aves.
Dentre os óleos essenciais mais utilizados na avicultura estão o óleo de orégano, o tomilho e a canela. O óleo de orégano, rico em carvacrol, o tomilho, rico em timol, e a canela, rica em cinamaldeído, apresentam propriedades antimicrobianas e diversas outras propriedades biológicas importantes, como ação anti-inflamatória, antioxidante e antifúngica.
Um dos desafios mais comuns na avicultura é a coccidiose, uma doença entérica que afeta o desempenho das aves.
“Os aditivos naturais têm mostrado benefícios no controle da excreção de Eimeria., aliviando as lesões intestinais causadas por esse parasita e melhorando o desempenho das aves,” afirma Eduardo de Oliveira zootecnista.
Juntamente com os óleos essenciais, os ácidos orgânicos de cadeia curta têm sido amplamente utilizados na nutrição animal para reduzir a contaminação por Salmonella e prevenir a enterite necrótica.
“Os ácidos fórmico, acético, propiônico e butírico apresentam atividade antimicrobiana e são incorporados na ração ou na água de bebida das aves, dependendo da finalidade desejada,” diz Oliveira.
No Brasil, a utilização de ácidos orgânicos via água de bebida é comum apenas no pré-abate, visando diminuir os riscos de contaminação das carcaças no abatedouro. A quantidade de ácidos orgânicos a serem utilizados depende de vários fatores, como a forma química do ácido, o pH do trato gastrointestinal, o tipo de processo de proteção utilizado, a capacidade tampão dos ingredientes da dieta, a condição higiênica do ambiente de produção, a microbiota intestinal e a resistência dos microrganismos.
Com o uso desses aditivos naturais, a avicultura está buscando promover a saúde das aves de forma mais sustentável, reduzindo a dependência de antibióticos e melhorando os índices produtivos. A implementação de estratégias nutricionais inovadoras, como a adição de óleos essenciais e ácidos orgânicos, pode trazer benefícios significativos para a indústria avícola, contribuindo para uma produção mais saudável e eficiente.
“É importante ressaltar que, antes de implementar qualquer mudança na alimentação das aves, é fundamental buscar orientação especializada e realizar estudos adequados para garantir a segurança e eficácia dos aditivos utilizados,” finaliza o zootecnista.
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