A população empregada no agronegócio brasileiro alcançou 28,4 milhões de pessoas no terceiro trimestre de 2024, aumento de 1,9% (ou aproximadamente 533 mil pessoas) em comparação com igual período do ano anterior.
A participação do setor no total de ocupações do Brasil manteve-se em 26% de julho a setembro de 2024, mostram pesquisas realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), divulgadas nesta sexta-feira.
O número de ocupados no agronegócio no período foi impulsionado pelo aumento no contingente de pessoas nas agroindústrias (com avanço de 6,7% em relação ao terceiro trimestre de 2023, ou cerca de 303 mil pessoas) e, principalmente, nos agrosserviços (6,3% ou aproximadamente 611 mil pessoas), informam os pesquisadores do Cepea/CNA.
Entre as atividades agroindustriais, destacaram-se os segmentos de massas e outros alimentos (13,8% ou 55.355 pessoas), móveis de madeira (11,3% ou 54.284 pessoas), açúcar (24,7% ou 31.025 pessoas), moagem e produtos amiláceos (12,5% ou 30.984 pessoas) e têxteis de base natural (8,4% ou 9.326 pessoas que, juntos, adicionaram 198.166 trabalhadores.
No caso das agroindústrias, destacaram-se principalmente os avanços das de massas e outros (14,5% ou 51.356 pessoas), de açúcar (24,7% ou 33.582 pessoas), de produtos de madeira (4,5% ou 17.946), de óleos e gorduras (52,1% ou 12.483), de abate de animais (8,8% ou 56.163 pessoas) e de laticínios (1,3% ou 3.679 pessoas).
“Essa expansão nas atividades agroindustriais intensificou a demanda por serviços, aquecendo o mercado de trabalho nos agrosserviços, reflexo da maior complexidade operacional de algumas atividades industriais, que mobilizam uma ampla gama de serviços”, explicaram os pesquisadores.
Participação feminina e qualificação educacional
Conforme as pesquisas, “o aumento na população ocupada no agronegócio no terceiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano anterior esteve atrelado a avanços no número de empregados com e sem carteira assinada, aos trabalhadores com maior nível educacional (seguindo uma tendência histórica do setor) e, principalmente, à maior participação feminina no período”.
Crescimento nas atividades do segmento
No segmento “dentro da porteira”, o número de trabalhadores se manteve praticamente estável no terceiro trimestre de 2024, apresentando uma leve redução de 1.611 pessoas, totalizando 7,99 milhões de ocupados.
Entre as atividades da pecuária, todas, exceto pesca e aquicultura — que retraíram 1,4% (5.613 pessoas) — registraram crescimento. A avicultura foi o destaque, com um aumento de 10,4% (19.302 pessoas), responsável por 56% do crescimento do setor pecuário.
Já no segmento de insumos, houve um aumento de 3,9% na população ocupada (PO), o que corresponde a 11.831 novos postos de trabalho no comparativo entre os terceiros trimestres de 2023 e 2024.
Esse desempenho foi impulsionado principalmente pelo expressivo crescimento de 18,2% no número de trabalhadores na indústria de rações, equivalente a 23.463 pessoas, enquanto as demais atividades do segmento registraram quedas na ocupação.
Mercado de trabalho no agronegócio brasileiro
O boletim sobre o mercado de trabalho no agronegócio brasileiro é uma análise trimestral desenvolvida pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Desde 2023, conta também com a colaboração da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O documento explora aspectos conjunturais e estruturais do setor, abrangendo quatro grandes segmentos: insumos agropecuários, produção agropecuária primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços, conforme definição do Cepea (2017).
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