POR ARIEL MENDES

Quarentena de suínos: como o Brasil garante a segurança na importação dos animais

A entrada de suínos no Brasil só é permitida por um único ponto, a Estação Quarentenária de Cananéia (ETC), que foi criada em 1971 pelo MAPA

O Brasil é o quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína e um importante exportador de material genético. Mas, por questões comerciais e para renovar a genética, importamos periodicamente suínos vivos de outros países, principalmente machos. Essas importações necessitam de autorização prévia do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e os animais precisam passar obrigatoriamente por uma quarentena aqui no país para descartar a possibilidade de estarem contaminados com patógenos causadores de enfermidades não existentes ou sob controle no Brasil. 

Desde 2014, a entrada de suínos no Brasil só é permitida por um único ponto, a Estação Quarentenária de Cananéia (ETC), que foi criada em 1971 pelo MAPA na  ilha de Cananéia, localizada no litoral do Estado de São Paulo e distante 261 km da cidade de São Paulo. 

Estação Quarentenária de Cananeia – EQC – é Próprio Nacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, localizada no município de Cananeia, no vale do Ribeira, Estado de São Paulo.
Foto: Mapa

O quarentenário possui instalações com alto nível de biossegurança estruturados em quatro núcleos independentes, que permitem a importação de animais de diferentes procedências e/ou empresas com a possibilidade de até 24 entradas por ano.

A administração do estabelecimento é realizada por meio de uma parceria público- privada entre o Ministério da Agricultura e o setor privado por meio de um Acordo de Cooperação Técnica com a Abegs (Associação Brasileira de Empresas de Genética de Suínos) e com a ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos). A Abegs dá o suporte financeiro e a ABCS faz a avaliação zootécnica dos animais.

Existem outros núcleos destinados à importação de bovinos e de aves ornamentais e silvestres para a reposição da flora silvestre nacional.

Durante a quarentena, são realizados exames clínicos e testes laboratoriais para verificação da PRRS (Síndrome  Reprodutiva e Respiratória Suína), PSA (Peste Suína Africana), PSC (Peste Suína Clássica), PED (Diarréia Epidêmica dos Suínos), TGE (Gastroenterite Transmissível), Doença de Aujeszky, Brucelose Suína, Tuberculose e Leptospirose. 

O tempo mínimo de permanência na quarentena é de 30 dias e os animais são liberados somente após apresentarem resultados negativos em duas coletas de material para as enfermidades mencionadas. 

Após deixarem este período de avaliação,  são encaminhados para as Granjas de Reprodutores de Suínos Certificadas (GRSC), onde ocorre o processo final de multiplicação para posterior alojamento dos suínos ali produzidos nas granjas comerciais de cria, recria e engorda. 

O Brasil exporta carne suína para mais de 90 mercados graças à qualidade e à sanidade dos nossos rebanhos. 

Faissal com o gerente dos galpões de suínos da fase de creche

Os produtores têm um papel importante no processo produtivo, pois é o elo final da cadeia e, geralmente, está ligado a uma integradora ou cooperativa. Por isso, devem ficar atentos e chamarem o veterinário da empresa caso haja suspeita de alguma enfermidade em seus plantéis.

Os produtores tecnificados independentes, que possuem equipes próprias de assistência técnica, devem seguir o mesmo protocolo dos cooperados e integrados. 

Já os de subsistência necessitam buscar orientação técnica junto ao órgão estadual de fomento ou de defesa sanitária para evitar que enfermidades coloquem em risco a sanidade dos seus animais.

Fazendo isso, todos estarão colaborando para manter o status sanitário privilegiado do Brasil, aumentando a produção interna e ampliando as exportações de carne suína.

No Ligados & Integrados, o colunista Ariel Mendes traz outros artigos que aprofundam ainda mais o conhecimento sobre manejos eficientes e sustentáveis na produção animal. Clique aqui e confira!

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