ATUALIZAÇÃO DE MERCADO

Brasil registra melhor semestre no comércio exterior de carnes

O primeiro semestre de 2024 foi histórico para o comércio exterior brasileiro, especialmente nos setores de carne de frango e suína

O primeiro semestre de 2024 foi histórico para o comércio exterior brasileiro, especialmente nos setores de carne de frango e suína. Apesar dos desafios enfrentados, o Brasil registrou um crescimento significativo nas exportações, impulsionado pela maior demanda interna e externa.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, a produção de carne de frango no Brasil no primeiro semestre de 2024 alcançou mais de 7 milhões de toneladas, um aumento de 1.6% em relação ao mesmo período de 2023. A produção de carne suína também cresceu, atingindo aproximadamente 2.641 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 2% em comparação com o ano passado.

Esse aumento na produção foi impulsionado principalmente pela maior demanda interna e externa, especialmente do mercado asiático.

“A produção de carne de frango e suína teve um desempenho positivo graças à maior disponibilidade de animais para abate e ao aumento da demanda, tanto no Brasil quanto no exterior”, explicou Alan Maia, analista de mercado do Safras & Mercado.

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O início do ano apresentou desafios significativos para os produtores brasileiros de carne. A alta disponibilidade no mercado e a retração sazonal da demanda resultaram em preços baixos e dificuldades para os produtores.

“O primeiro trimestre foi caracterizado pelo pior momento dos dois mercados, com uma retração de demanda devido a despesas sazonais, como impostos. No entanto, preços baixos favoreceram o consumo, ajudando a equilibrar o mercado”, afirmou Alan Maia.

No entanto, a partir do segundo trimestre, o cenário começou a melhorar. A oferta de carne se tornou mais enxuta, favorecendo os preços. A demanda por carne de frango e suína aumentou com a chegada do inverno, tradicionalmente um período de maior consumo dessas proteínas no Brasil. Além disso, a exportação continuou a crescer, contribuindo para a recuperação do setor.

As perspectivas para o segundo semestre de 2024 são otimistas. Espera-se que as exportações de carne de frango e suína continuem a crescer, impulsionadas pela desvalorização cambial que torna os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional.

“O cenário é positivo para as exportações de ambas as proteínas. O mercado internacional está demandando bastante proteína do Brasil, que oferece qualidade e preços competitivos”, destacou Alan Maia.

No caso do frango, a exportação brasileira é pulverizada, atendendo a vários mercados internacionais. A desvalorização do real frente ao dólar tem sido um fator crucial, tornando os produtos brasileiros mais atraentes no exterior. Para a carne suína, o Brasil tem visto um aumento significativo nas vendas para os países asiáticos, como Filipinas e Japão, que estão comprando grandes volumes do produto brasileiro.

A China continua sendo o principal destino das exportações brasileiras de carne, apesar de uma redução nas compras de carne suína. A demanda chinesa por carne de frango e suína brasileira permanece alta, impulsionada pela grande população e pelo potencial de mercado.

“A China é um dos maiores demandantes de carne brasileira, e embora tenha diminuído as compras de carne suína, ainda figura como o principal destino das nossas exportações” disse Alan Maia.

As Filipinas têm ampliado significativamente suas compras de carne brasileira, atualmente sendo o segundo maior destino das exportações de carne suína. Outros países asiáticos, como Japão e México, também estão aumentando suas importações de carne brasileira, contribuindo para a diversificação dos mercados e a estabilidade das exportações brasileiras.

A economia interna do Brasil também tem desempenhado um papel crucial no desempenho do setor de carnes. A melhoria nos salários e no nível de emprego tem aumentado a demanda interna por proteínas. Esse aumento na demanda interna, combinado com o crescimento das exportações, tem ajudado a equilibrar a oferta e a demanda, favorecendo os preços no mercado nacional, enquanto a desvalorização cambial continua a favorecer as exportações.

O primeiro semestre de 2024 foi marcado por um crescimento notável e desafios superados nos setores de carne de frango e suína no Brasil. As perspectivas para o segundo semestre são otimistas, com expectativas de continuidade no crescimento das exportações e uma demanda interna robusta. O Brasil continua a se consolidar como um importante player no mercado internacional de carnes, oferecendo produtos de alta qualidade e preços competitivos.

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