A retomada do status sanitário do Brasil como território livre da doença de Newcastle e o controle sobre a influenza aviária reforçam a posição do país no mercado internacional de aves.
Com o mercado interno de proteínas ajustando a oferta e demanda, a expectativa é de maior estabilidade nos preços e na competitividade.
A adaptação dos produtores a oscilações nos custos, principalmente do milho, será essencial para garantir a sustentabilidade e o crescimento do setor.
O analista de mercado do Cepea, Luiz Melo, trouxe mais detalhes sobre o desempenho das proteína no mês de outubro em entrevista ao Ligados & Integrados. Assista ao vídeo abaixo e confira na íntegra.
Status sanitário reforça exportações de frango
A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) confirmou o fim da doença de Newcastle no Brasil após 90 dias sem novos focos. A última ocorrência foi registrada em um único estabelecimento no Rio Grande do Sul, onde se aplicou o método “stamping out” para eliminar animais infectados ou suspeitos.
A certificação traz a perspectiva de flexibilizar as restrições às exportações, conforme indicado pela Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, que já notificou os mercados internacionais sobre o novo status sanitário do país.
Com relação à Influenza Aviária, o Brasil se mantém livre da doença em granjas comerciais, com apenas casos isolados em aves silvestres e domésticas. Isso reflete o comprometimento com medidas de biosseguridade nas granjas.
Competitividade entre proteínas e estratégias para controle de custos
Com o frango apresentando um aumento de preço superior ao da carne suína, esta última ganhou competitividade no mercado interno. Essa situação também favorece ambas as proteínas em relação à carne bovina, cujo preço elevado impulsiona a busca por alternativas.
Para enfrentar a alta dos insumos, como o milho, produtores de frango e suínos precisam ajustar a oferta e controlar a produção, evitando um excedente no mercado que possa depreciar os preços. De acordo com o analista de mercados, estratégias como o descarte de poedeiras são medidas comuns para equilibrar a oferta e aumentar a rentabilidade.
Desempenho dos ovos em outubro
O setor de avicultura de postura enfrentou desafios entre abril e setembro, período em que os preços dos ovos caíram 30%, resultado de uma superprodução recorde em maio. No entanto, houve uma recuperação em outubro, impulsionada pelo descarte de poedeiras, que ajudou a reduzir a oferta e estabilizar os preços.
Segundo Melo, o ajuste no número de poedeiras foi fundamental para reverter a tendência de queda nos preços, que impactou fortemente os produtores. Embora o mercado de ovos ainda enfrente oscilações, o ajuste na oferta deve trazer um cenário mais positivo nos próximos meses.
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