Reconstrução

Avicultores e suinocultores calculam prejuízos após enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul

Produção de ovos e de suínos sofre com prejuízos, mas produtores se esforçam para se recuperar e retomar as atividades

As recentes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul causaram sérios danos à avicultura e suinocultura no estado, resultando em grandes prejuízos para os produtores. O estado, que é o sétimo maior produtor de ovos do país, produziu 198 milhões de dúzias no ano passado e teve uma receita de exportação de 21 milhões de dólares em 2023. No entanto, este ano, a produção foi prejudicada pelas intensas chuvas que devastaram a região.

No Vale do Taquari, uma das áreas mais afetadas, a equipe do Canal Rural visitou uma granja de ovos que ainda avalia as perdas. Do dia 2 ao dia 6 de maio, a unidade ficou alagada, o que causou estragos nas instalações e perdas financeiras incalculáveis.

Durante as enchentes, um dos aviários, que estava em plena operação, foi completamente inundado. Com cinco metros de altura, quatro metros ficaram submersos, danificando estruturas e resultando na perda de aves e ovos. 

Antes das enchentes, a granja produzia 1.100 caixas de 30 dúzias por semana, abastecendo 37 cidades da região. Neri Frühauf, proprietário da granja, expressou a magnitude dos danos:

“Para te dizer bem a verdade eu não fui ver os estragos, eu não cheguei perto porque não sei se eu ia aguentar. A primeira coisa que eu pensei foi que teria que dar força pro meu sobrinho, pro meu filho para continuarem a trabalhar sem esmorecer.”

A granja produzia 1.100 caixas de 30 dúzias por semana
A granja produzia 1.100 caixas de 30 dúzias por semana e abastecia 37 cidades da região

Além dos aviários, 40 toneladas de ração foram perdidas e alguns pavilhões foram invadidos pela água e pelas embalagens de ovos, uma perda de 40 mil reais. Nove aviários comprometidos devem ser desativados, e a produção continuará com menos aves. 

Para evitar a paralisação completa, a granja está comprando ovos de parceiros para embalar e manter a renda, garantindo o emprego de seus 22 funcionários. Inicialmente, a granja seguirá com 60 mil galinhas. “Quem sabe a partir de Julho nós vamos ter o primeiro lote de frangas com 90 dias de idade para começar de novo”, disse seu Nery. 

Impacto na Suinocultura

Enchentes causaram estragos na infraestrutura das propriedades

A suinocultura do estado também sofreu severamente com as enchentes. A Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul estima prejuízos superiores a 60 milhões de reais. Produtores próximos às margens dos rios foram especialmente afetados, como Anderson Desgasperi, suinocultor de Marques de Souza, no Vale do Taquari. Desgasperi contou as dificuldades que tem enfrentado em entrevista ao Ligados & Integrados. 

“Nós perdemos em torno de 30% dos nossos animais e fora os prejuízos dentro das instalações, como motores e tudo que ficou debaixo d’água. A infraestrutura ao redor dos galpões foi muito afetada”.

A perda de 100% da safra de milho, destinada à silagem dos animais, complicou ainda mais a situação. A suinocultura, junto com a produção de gado leiteiro, é uma das principais fontes de renda da família de Desgasperi. Apesar dos desafios, ele mantém uma perspectiva positiva:

“Estamos trabalhando para melhorar a granja e fazer as melhorias necessárias para continuar. Nossa integradora está nos ajudando com medicamentos e orientações para atingir o máximo de produção e bem-estar animal.”

O Ligados & Integrados está na tela do Canal Rural de segunda a quinta-feira às 11h45 e sexta-feira às 11h30.

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