EVOLUÇÃO

Suinocultura em 50 anos: O que mudou de 1970 a 2020?

O Brasil é hoje um dos maiores produtores e exportadores de carne suína do mundo, com mais de 5 milhões de toneladas produzidas em 2023. Esse sucesso é resultado de cinco décadas de inovação e desenvolvimento tecnológico

Suinocultura em 50 anos: O que mudou de 1970 a 2020?

A suinocultura brasileira passou por uma transformação significativa nas últimas cinco décadas. Dirceu Talamini, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, destaca que, quando a instituição foi criada em 1975, a produção de suínos era concentrada no Sul do Brasil, com pequenas criações familiares e produção local. Naquela época, o tamanho médio das granjas era de apenas nove matrizes suínas.

“Hoje, o setor está muito mais integrado, com granjas especializadas em diferentes fases de produção, o que trouxe um grande dinamismo e ganho de produtividade”, explica Talamini.

Assista ao vídeo abaixo e confira a entrevista na íntegra.

A biosseguridade sempre foi uma preocupação na suinocultura, mas ganhou ainda mais relevância nos últimos anos devido a ameaças como a peste suína africana. Talamini lembra que o primeiro surto de peste suína africana no Brasil, em 1978, prejudicou o desenvolvimento do setor. 

Atualmente, uma forte sinergia entre o Ministério da Agricultura, indústrias e produtores têm preservado a suinocultura brasileira e acelerado o acesso ao mercado internacional. “Santa Catarina, por exemplo, tem se destacado pela erradicação de doenças e rigor na biosseguridade, posicionando-se bem no cenário global”, afirma.

A tecnologia desempenhou um papel crucial na modernização da suinocultura brasileira. Segundo o pesquisador, as instalações, genética, nutrição e manejo sanitário evoluíram significativamente. 

“A automação e a inteligência artificial estão reduzindo o trabalho humano, enquanto a melhoria na conversão alimentar tem aumentado a eficiência da produção”, destaca. 

A conversão alimentar, que é a quantidade de ração necessária para ganho de peso, melhorou substancialmente, beneficiando a sustentabilidade da agropecuária ao reduzir a necessidade de novas áreas agricultáveis para a produção de soja e milho.

Com um passado marcado por desafios e superações, a suinocultura brasileira está bem posicionada para continuar crescendo e se adaptando às demandas do mercado global. A integração de tecnologia de ponta e práticas sustentáveis promete manter o setor competitivo e sustentável. 

“O desenvolvimento contínuo e a inovação são fundamentais para o sucesso futuro da suinocultura brasileira”, conclui Talamini.

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