Os leitões, geralmente, têm uma deficiência de ferro. É da natureza dos suínos. O que representa riscos. Sem contar que esse problema pode ser agravado com algumas situações de manejo.
O ferro é um micromineral indispensável para os animais, principalmente para leitões recém-nascidos. Porém, leitões confinados tem grandes chances de sofrer de anemia ferropriva. É a anemia decorrente da privação do ferro. Isso acontece por dois motivos principais: o primeiro é que a terra é uma fonte de ferro. Animais confinados são criados em espaços com piso, sem contato com o solo. O segundo fator é que o leite da mãe é deficiente em ferro.
Hoje, com o melhoramento genético permitindo que os animais ganhem peso mais rapidamente, a necessidade de ferro é ainda maior.
“Os leitões de uma forma geral, recém-nascidos, nascem com uma reserva muito limitada, em torno de 50 miligramas de reserva de ferro, só que para sustentar a velocidade de crescimento proteico e corporal desses animais, eles necessitam de aproximadamente de 16 miligramas por dia. Já no final da primeira semana, aquela reserva que o animal nasceu já se esgotou”, explica Bruno Silva, zootecnista e PhD em nutrição e adaptação animal.
A anemia ferropriva pode levar a um baixo desenvolvimento dos animais, maior predisposição à infecções e menor conversão alimentar. Um lote com leitões deficientes em ferro pode apresentar uma taxa de mortalidade que varia entre 6 e 60 por cento. Daí a importância da suplementação alimentar.
“Provavelmente, será necessária uma dose injetável inicial de duzentos miligramas, no terceiro dia de vida. E uma segunda dose, aproximadamente com quatorze a dezesseis dias de vida, mais duzentos miligramas de ferro para poder garantir essa demanda. Você tem a opção de fazer isso de forma injetável, mas também existem outras fontes, como por exemplo, a administração via oral.”, complementou Bruno.
A administração de fontes via oral tem o desafio em garantir que o leitão venha consumir a quantidade que ele necessita e a eficiência de como foi incorporado no suplemento para o animal. Bruno avalia que a forma injetável mantém-se como a forma mais eficiente e prática de uso e aplicação de ferro.
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Os animais criados de forma mais rústica acabam suprindo parte da sua necessidade em ferro através do contato com a terra, mas essa condição do animal em contato com o solo, não se encaixa no manejo do produtor nas granjas. “O grande problema é que os animais que nós temos hoje, dentro das granjas, são animais com um potencial genético imenso, em termos de velocidade de crescimento. Além do mais, o contato com a terra abre para maiores desafios do ponto de vista sanitário.” Bruno reforça que para esses animais modernos com altos potenciais genéticos essa alternativa de colocá-los em contato com a terra, não é uma alternativa viável.
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