As exportações de carne suína de Santa Catarina aumentaram 116,4% no primeiro bimestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, o faturamento também aumentou 55%, chegando a US$ 172,4 milhões, segundo a Secretaria de Agricultura do estado.
Os dados mostram que o mercado global está demandando a carne suína, que já é a mais consumida no mundo. Aqui no Brasil, ela ainda não lidera o ranking, porém está crescendo a cada dia e o acesso à informação ajuda a desconstruir os mitos em relação à proteína.
No mercado, a gente pode perceber esse aumento na prática. O Ligados & Integrados foi até um deles conversar com consumidores e encontrou grandes defensoras da carne suína.
Dona Zeni Santos disse que sua família é fiel quando assunto é carne suína. “Toda semana tem que ter carne suína, meu marido adora! É arroz, feijão e carne suína, além da tradicional feijoada no sábado, né?”.
Já a consumidora Claudia OIiveira Migliore destaca que o mito da carne suína vem se desfazendo e, por isso, ela está consumindo mais. “Bom, basicamente o que eu como de carne suína é linguiça, mas ultimamente eu venho lendo muitas coisas para quebrar o mito. Tudo é equilíbrio.”
Vários cortes estão caindo no gosto do consumidor brasileiro e muitos estão na moda. De acordo com o gerente da Rede Swift, Ricardo de Paula, o “Rico”, no churrasco do brasileiro não pode faltar panceta. “A panceta virou gourmet. Agora, entrada de churrasco é pão de alho e panceta”, disse. Segundo Rico, o próprio torresmo hoje é uma iguaria nacional, com até competições pelo país. Com o aumento do preço da carne bovina, a suína vem aumentando em qualidade e diminuindo o valor, o que ajuda a alavancar as vendas.
De acordo com a nutricionista Danielle Marques, o ideal é manter o equilíbrio entre as proteínas consumidas na dieta. A carne de porco pode e deve estar na mesa do brasileiro. Ela pode ser consumida no dia a dia, tanto no almoço quanto no jantar ou até mesmo no café da manhã. “É uma proteína de excelente qualidade e não tem porque não recomendar”. A nutricionista só alerta: Temos que ter um certo cuidado nos cortes, dando preferência para os mais magros, sem aquela capinha de gordura”.
No estúdio, recebemos o médico-veterinário Cézar Freitas, mestre em inspeção de produtos de origem animal e que trabalha há mais de 20 anos no setor. Ele falou sobre o mito da cisticercose na carne suína e enfatizou que, há anos, estão sendo aplicados na indústria para controle, rígidas normas de biossegurança. Já sobre o mito da gordura da carne suína, que muitas pessoas acreditavam ser gordurosa, atualmente a situação é outra. “O porco hoje é em média 35% mais magro que nos anos 80. O toucinho hoje tem de 1 a 1,5 cm, enquanto antigamente tinha até 6 centímetros”, concluiu.