Ligados & Integrados

Inseminação artificial incluiu mais uma etapa cheia de cuidados na suinocultura industrial

Conheça o passo a passo em uma Unidade Inseminadora de Genes

Da gestação à terminação são muitas as etapas da cadeia produtiva da suinocultura. Já parou pra pensar? Agora adicione a essa reflexão aqueles processos que foram adicionados mais recentemente, da inseminação artificial. Você conhece o passo a passo de uma UDG?

A Unidade Inseminadora de Genes é um laboratório especializado em alojamento de machos reprodutores. É lá que eles têm o sêmen coletado para produzir os inseminantes. Doses que serão utilizadas nas granjas de matrizes.

Substituindo o antigo processo de monta natural, em que eram necessários vários machos para realizar a reprodução, a inseminação trouxe uma série de benefícios para o produtor. Além de possibilitar a identificação de animais de alto valor genético, essa técnica torna os processos mais rápidos, econômicos e aumentam a segurança sanitária.

Para explicar todas as etapas da coleta dos inseminantes, o Ligados & Integrados conversou com o José Luiz Hickmann, médico veterinário sanitarista que atua em uma UDG, em Santa Tereza, no Rio Grande do Sul. 

“No momento, contamos com 210 animais ativos e 29 em treinamento. Mensalmente, fornecemos 34 mil doses para cerca de 50 granjas de matrizes e, essa quantidade de sêmen coletada, é suficiente para 12 mil montas, que resulta em 100 mil leitões, aproximadamente”, comentou.

Entenda o passo a passo:

1 – Treinamento

O suíno chega à UDG com cerca de 180 dias de vida e, após passar por um processo de treinamento para fazer a monta, permanece no local por um ano. Após completar esse ciclo, o animal é substituído por outro geneticamente melhor, capaz de gerar descendentes mais adequados para corte ou abate.

2 – Limpeza

Antes da coleta de sêmen ser iniciada, o laboratório emite uma lista baseada nos pedidos do dia e é a partir desse documento que são determinadas as quantidades de doses que serão produzidas.

Após essa definição, os animais são encaminhados para a sala de pré-limpeza, que consiste na higienização do prepúcio para retirar líquidos, como a própria urina, para evitar a contaminação do sêmen que será coletado.

3 – Coleta

Ao receber o animal já higienizado, o coletador o estimula para que ele monte o manequim de coleta. Em seguida, o pênis do animal é exposto e acoplado ao copo coletor. Somente após os três primeiros jatos do ejaculado é que a coleta do sêmen pode ser realizada.

Esse recipiente recebe a identificação do animal e, através de uma passagem chamada “óculo de entrada”, o sêmen é direcionado para análise. Dentre os principais aspectos avaliados pelo laboratorista, estão a temperatura e a coloração da amostra.

Um sistema avalia a motilidade do espermatozóide. Ou seja, a velocidade revela qual o percentual de espermatozóides ativos presente no ejaculado.

A análise do material ainda não para por aí. O conteúdo é também avaliado morfologicamente. Para ser aprovado, deve apresentar, ao menos, 70% de células viáveis. 

Esse mesmo sistema determina a quantidade de diluente necessário e quantas doses de inseminantes é capaz de gerar. Depois da aplicação do diluente, o conteúdo é finalmente direcionado para o envase.

4 – Envase

O envase é realizado automaticamente. É necessário inserir dados de volume da dose inseminante e demais informações, como sua data de fabricação, prazo de validade e identificação do animal. As doses de melhor índice genético são tingidas de azul e, normalmente, os leitões provenientes desses inseminantes apresentam maior ganho de peso diário e melhor qualidade de carcaça.

Portanto, na granja, o produtor é instruído a utilizar esses ejaculados com corante em determinadas inseminações para otimizar a produtividade dos filhotes.

 

Quer saber mais detalhes? Assista a reportagem completa no link: 

Sair da versão mobile