A inseminação artificial é um procedimento muito utilizado na suinocultura. A técnica está relacionada ao melhoramento genético e à redução dos custos de produção, entre outros objetivos. O extensionista Cleison Trevisan, que trabalha em Castro (PR), explica que é “um processo simples que consiste na deposição do sêmen no trato reprodutivo da fêmea com auxílio de algumas pipetas e catéteres. Hoje, a inseminação artificial é utilizada em cem por cento das propriedades com sistema industrial de produção”.
De acordo com o extensionista, a inseminação artificial vem sendo aprimorada no Brasil ao longo dos anos. Para uma boa execução, deve obedecer exigências sanitárias. “A partir das décadas de 70 e 80 a inseminação artificial passou a ser amplamente difundida no Brasil. No início, utilizávamos pipetas reaproveitáveis que mesmo após a higienização apresentavam um risco sanitário grande. Hoje, buscando minimizar os riscos, utilizamos material cem por cento descartável”, disse Cleison.
“A maioria das granjas integradas utiliza o sistema de inseminação artificial pós–cervical, em que o sêmen é colocado no interior do útero da fêmea com o auxílio de um cateter. Um único funcionário consegue inseminar até uma fêmea por minuto, o que reduz a mão de obra. Outro benefício é o pequeno volume de sêmen necessário para o processo, o que nos permite utilizar melhor os machos de maior valor genético no rebanho e imprimir assertivamente as características desejadas, como qualidade de carne e produtividade. Assim, reduzimos os custos de produção e o produto chega mais barato ao consumidor”, concluiu.
De acordo com o médico veterinário Eder Batalha, a aplicação pós–cervical se tornou mais viável devido aos custos dos insumos necessários para o procedimento e se difundiu rapidamente no campo. Eder destacou que o principal benefício da técnica é o ganho genético.
“A inseminação pós–cervical permite reduzir a concentração espermática necessária para inseminar matrizes e utilizar machos de maior valor genético, aumentando a produtividade. O procedimento é simples, mas o treinamento adequado da equipe é essencial para a correta execução, já que a técnica é mais invasiva e exige cuidados higiênicos. É preciso fazer a limpeza adequada da vulva da fêmea antes da introdução da pipeta, utilizando gel lubrificante próprio para o processo para evitar lesões”, orienta.