A busca por soluções sustentáveis na agropecuária tem crescido significativamente, e os biodigestores surgem como uma tecnologia eficiente, especialmente para produtores de aves e suínos. Esses sistemas transformam resíduos orgânicos em biogás e biofertilizantes, reduzindo custos com energia e insumos, além de contribuir para uma gestão ambiental mais eficaz.
Para discutir os impactos e benefícios dessa tecnologia, convidamos Fábio Rubens Soares, pesquisador do Grupo de Pesquisa em Bioenergia (GBio) da USP e especialista da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos, que destacou a importância da adesão dos produtores a esse modelo inovador. Assista ao vídeo abaixo e confira a entrevista na íntegra.
Como funcionam os biodigestores?
O biodigestor é um tanque que recebe os resíduos orgânicos e promove sua decomposição em ambiente anaeróbio (sem oxigênio), permitindo a ação de microorganismos que convertem essa biomassa em biogás.
O processo ocorre em quatro etapas: hidrólise, acetogênese, acidogênese e metanogênese, sendo esta última responsável pela produção de gás metano.
Os biodigestores mais comuns no setor agropecuário brasileiro são os de lagoa coberta, que possuem um tanque coberto por lona plástica, onde ocorre a captura e armazenamento do biogás. Essa prática é amplamente adotada por ser de baixo custo e eficiente na conversão dos resíduos em energia limpa.
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Benefícios para os produtores rurais
Os biodigestores oferecem diversas vantagens, entre elas:
- Geração de energia: o biogás produzido pode ser convertido em eletricidade através de motogeradores, alimentando granjas, aviários e outras instalações da propriedade.
- Uso térmico: pode substituir o gás de botijão em fogões e caldeiras, reduzindo custos com combustíveis.
- Biometano como combustível: o biogás purificado pode ser utilizado em tratores, caminhões e outros veículos, diminuindo a dependência de diesel.
- Redução de impactos ambientais: diminui a emissão de gases de efeito estufa e o descarte inadequado de resíduos.
- Produção de biofertilizantes: o resíduo da biodigestão pode ser usado para fertilização do solo e irrigação, substituindo fertilizantes químicos.
Investimento e viabilidade econômica

O custo de implantação de um biodigestor varia de acordo com o porte da propriedade e o volume de resíduos gerados. Os modelos mais acessíveis, como os de lagoa coberta, custam entre R$ 60 mil e R$ 500 mil.
Para viabilizar este investimento, os produtores podem recorrer a financiamentos rurais e programas de incentivo à energia renovável.
A rentabilidade desse sistema está na economia gerada com energia, fertilizantes e na possibilidade de comercialização do biogás, tornando a atividade agropecuária mais eficiente e competitiva.
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