Os dejetos gerados pela produção de suínos são grandes poluidores do meio ambiente e também contribuem para a emissão de gases poluentes como o metano. Pensando nisso, a Embrapa Suínos e Aves tem estudado o uso de biodigestores desde a década de 70, como uma alternativa sustentável para tratar esses efluentes. Esses resíduos vegetais podem ser tratados em biodigestores, gerando o biogás.
Esse processo reduz o poder poluente que o despejo in natura dos resíduos causa ao meio ambiente. O biogás pode ser usado como fonte de energia para aquecimento e movimentação mecânica nas granjas, diminuindo os custos na propriedade trazendo sustentabilidade e economia.
Segundo dados da Embrapa, a digestão anaeróbica de dejetos suínos com aproveitamento do biogás e biofertilizantes geraria 50% menos impacto em comparação ao uso das esterqueiras como destinação final dos dejetos.
“Para a avicultura e a suinocultura o potencial é enorme. O produtor rural poderia virar também um produtor de energia, chegando a 5 milhões de lares, uma grande oportunidade” conta Bruna Morais pesquisadora em Bioenergia.
O Brasil já conta com 811 plantas de produção de biogás, que produzem 2,82 bilhões de nanômetros cúbicos por ano, a partir de resíduos de esgoto, indústria e agropecuária.
Desde 2012, o biogás vem crescendo sua presença no país e nos investimentos, e em 2021 surgiu o projeto de lei do Programa de Incentivo à Produção e ao Aproveitamento de Biogás, de Biometano e de Coprodutos Associados – PIBB, que tem como objetivo fomentar a produção e o uso de biogás e biometano no país.
Com programas e ações para reduzir as emissões de CH4, incentivar o mercado de carbono e promover a implantação de digestores e pontos de abastecimento de biometano, o Brasil caminha para se tornar uma referência na produção de energia limpa e sustentável a partir do tratamento dos dejetos da suinocultura.
“Os dejetos também podem se tornar biodigeridos. Eles podem se tornar fertilizantes. Dá para transformar tudo em valor agregado”, finaliza.