POR ARIEL MENDES

Senecavírus em suínos: como prevenir e controlar essa enfermidade

Entre as estratégias preventivas, destaca-se a quarentena obrigatória para suínos recém-introduzidos no plantel, reduzindo o risco de contaminação

Senecavirus em suínos: como prevenir e controlar essa enfrmidade
Senecavirus em suínos: como prevenir e controlar essa enfermidade

O Senecavírus A (SVA) é um agente viral responsável por causar doença vesicular em suínos, afetando leitões, fêmeas reprodutoras e animais em fase de terminação. A enfermidade manifesta-se por meio de sintomas como febre, diarreia severa e alta mortalidade em leitões, além de provocar lesões aftosas nas patas, na mucosa oral e no focinho de animais adultos, resultando em consideráveis prejuízos econômicos para a suinocultura.

O vírus foi identificado acidentalmente em 2002, como um contaminante em cultivos celulares de laboratório. No entanto, somente em 2008, foi associado pela primeira vez a quadros clínicos de doença vesicular em suínos no Canadá.

No Brasil, os primeiros diagnósticos ocorreram em 2014 e, desde aquele período, tem sido detectado em diversos estados, tornando-se uma preocupação crescente para o setor produtivo.

Atualmente, a enfermidade continua representando um desafio significativo em algumas regiões, demandando atenção redobrada por parte dos produtores. Para conter a disseminação do Senecavírus A e minimizar seus impactos sanitários e econômicos, especialistas ressaltam a importância de reforçar medidas de biosseguridade nas granjas, impedindo a introdução do patógeno.

Fêmeas reprodutoras infectadas atuam como fonte de transmissão do SVA para os leitões, sendo o colostro, leite e fluidos vesiculares os principais veículos de disseminação. Nos neonatos, as lesões características da doença surgem já nos primeiros dias de vida, enquanto em animais adultos, fatores estressantes, como o transporte, podem favorecer o aparecimento das feridas.

A propagação do vírus também ocorre pelo contato direto entre suínos infectados, além da contaminação indireta por meio de vestimentas, calçados, ração, veículos e insetos, como moscas e roedores.

Senecavirus em suínos: como prevenir e controlar essa enfermidade

Os impactos da enfermidade são expressivos, especialmente quando afeta leitões na maternidade, nas quais as taxas de mortalidade podem ultrapassar 20%. Nos suínos em fase de terminação, a infecção compromete o desempenho produtivo devido ao desconforto ocasionado pelas lesões, resultando em uma perda de peso significativa, que pode atingir até 5 kg por animal. 

A doença vesicular em suínos causada pelo Senecavírus A não está incluída na lista de enfermidades de controle oficial do Ministério da Agricultura. No entanto, devido à semelhança das lesões com as provocadas por outras doenças vesiculares, como febre aftosa, doença vesicular suína, estomatite vesicular e exantema de suínos, é imprescindível a realização de diagnóstico diferencial.

Medidas rigorosas de biosseguridade são essenciais tanto para impedir a introdução do Senecavírus A nas granjas quanto para evitar sua disseminação entre os animais em propriedades já infectadas.

Entre as estratégias preventivas, destaca-se a quarentena obrigatória para suínos recém-introduzidos no plantel, reduzindo o risco de contaminação. Além disso, em granjas positivas, é essencial o controle de fatores desencadeantes que podem favorecer o aparecimento das lesões, como: alta densidade, restrição de água, e/ou ração, entre outros. 

No Brasil, há disponível uma vacina comercial desenvolvida por um laboratório nacional, que tem demonstrado bons resultados no controle da enfermidade. No entanto, a adoção de um programa de vacinação deve ser pautada no nível de contaminação da granja e definida pelo médico-veterinário da empresa ou pelos órgãos de assistência técnica dos estados, garantindo uma abordagem eficaz para a contenção do vírus.

No Ligados & Integrados, o colunista Ariel Mendes traz outros artigos que aprofundam ainda mais o conhecimento sobre manejos eficientes e sustentáveis na produção animal. Clique aqui e confira!

Sair da versão mobile