Todo suinocultor que mantém uma Unidade Produtora de Leitões quer ver os animais nascendo fortes e saudáveis. Mas nem todos crescem conforme o esperado. Hoje, as leitegadas podem ultrapassar até 15 leitões por parto, e leitegadas maiores têm maior necessidade energética e nutricional.
Algumas matrizes podem produzir quantidade insuficiente de leite, e alguns filhotes acabam não conseguindo acessar os tetos. Por isso, o peso dos leitões pode variar muito. Para aumentar o peso ao desmame e reduzir a mortalidade, o ideal é incrementar os cuidados na maternidade.
Além do conforto térmico e do fornecimento de colostro para suprir as necessidades de energia, é importante utilizar suplementos orais na alimentação dos leitões lactentes. A suplementação de alimento faz com que o peso durante o desmame seja um pouco melhor, com maior uniformidade dos lotes e menos desordens intestinais.
Animais que recebem alimentação suplementar sofrem menos ao se separar das mães, comem mais e aproveitam melhor o alimento. Consequentemente, crescem mais e estão mais pesados ao final da fase de creche.
Palavra do especialista
De acordo com o médico veterinário Rodrigo Paiva, a genética vem entregando fêmeas cada vez mais prolíferas e que apresentam maior habilidade para desmame, com maior número de tetos viáveis. “Esse desmame de qualidade é importante para que aconteça um balanço econômico no campo. Os setores de gestação e maternidade devem trabalhar alinhados para que as fêmeas tenham condições ideais para atender à maior demanda”, explica ele.
As leitoas que vão receber a primeira inseminação devem ser monitoradas, e as demais categorias que vão retornar da maternidade para a reprodução devem ser monitoradas desde o desmame, “Isso para que 80% cheguem ao parto em condições de escore corporal ideal”, diz Rodrigo.
As fêmeas não podem ser nem muito magras, para não ter dificuldade de atender à demanda de lactação, e nem muito gordas, porque produzem menos colostro e desmamam os leitões mais leves. “Todo esse trabalho na gestação precisa ser realizado de forma criteriosa. As fêmeas chegam à lactação cerca de três dias antes do parto, e a equipe de maternidade deve saber que o jejum prolongado horas antes do parto acarreta partos mais longos, que retardam o consumo da matriz na fase de lactação. Isso prejudica a leitegada”, alerta Rodrigo.
O veterinário lembra ainda que o leite tem um papel fundamental para atender às demandas dos leitões nesta fase, mas, a partir do sétimo dia de lactação, a suplementação é importante porque a demanda de crescimento aumenta. “Ela tem a função de iniciar a adaptação da leitegada ao alimento sólido, de origem vegetal. Precisamos despertar o interesse dos animais pelo alimento sólido. Lembrando que aí começa também a adaptação intestinal e estomacal com algumas enzimas importantes para a digestão de alimentos sólidos”, finaliza.
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