A suinocultura brasileira viveu uma notável evolução nas últimas décadas, impulsionada por avanços tecnológicos e pela busca incessante por otimizar a produção.
Uma das ferramentas mais importantes nesse processo é o melhoramento genético, que permite aprimorar características-chave na criação de suínos, como:
- Conversão alimentar: melhor aproveitamento do alimento, com menor custo por quilo de carne produzida.
- Ganho de peso: crescimento acelerado, reduzindo o tempo de abate e aumentando a produtividade.
- Qualidade da carne: carne mais magra, saborosa e com melhor textura, atendendo às demandas do mercado.
- Resistência a doenças: animais mais saudáveis, diminuindo o uso de medicamentos e prevenindo perdas.
Pioneiro na inseminação artificial suína no Brasil, o médico-veterinário Werner Meincke acompanhou de perto essa trajetória de crescimento e transformação. Em entrevista ao Ligados & Integrados, ele compartilha sua visão sobre o impacto do melhoramento genético na suinocultura e os desafios para o futuro do setor.
1. Dr. Werner, a inseminação artificial foi um marco na evolução da suinocultura brasileira. Como você avalia o desenvolvimento do setor desde então?
Dr. Werner: a inseminação artificial, introduzida no Brasil na década de 70, foi um divisor de águas na suinocultura. Possibilitou o acesso à genética de alto padrão, impulsionando o ganho de produtividade e qualidade da carne. Hoje, o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carne suína do mundo, com um setor altamente tecnificado e competitivo.
2. Qual a importância do melhoramento genético para o desenvolvimento da suinocultura e do agronegócio como um todo?
Dr. Werner: o melhoramento genético é fundamental para a sustentabilidade e competitividade da suinocultura. Através da seleção de animais com características superiores, podemos aumentar a produtividade, reduzir custos, melhorar a qualidade da carne e diminuir o impacto ambiental da produção. Isso contribui para a segurança alimentar, a geração de renda e o desenvolvimento do agronegócio como um todo.
3. Quais os principais desafios para que o produtor utilize cada vez mais o melhoramento genético no Brasil?
Dr. Werner: Os principais desafios são:
- Acesso à informação e conhecimento: nem todos os produtores têm acesso a informações e conhecimento técnico sobre o melhoramento genético. É necessário investir em educação e capacitação para que os produtores possam tomar decisões mais assertivas na seleção de animais.
- Custos: o investimento em genética de alto padrão pode ser elevado para alguns produtores. É importante buscar alternativas para reduzir custos, como programas de cooperação e parcerias entre empresas e produtores.
- Adaptação às diferentes regiões: o melhoramento genético precisa levar em consideração as características e necessidades de cada região. É importante desenvolver animais adaptados ao clima, solo, manejo e mercado local.
Superar esses desafios exige um esforço conjunto do setor público, privado e academia, diz o médico.
“Através da pesquisa, desenvolvimento de novas tecnologias, investimento em educação e políticas públicas de incentivo, podemos garantir que a suinocultura brasileira continue crescendo de forma sustentável e competitiva, atendendo às demandas do mercado interno e externo”.
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