Doenças entéricas são aquelas que afetam o estômago ou intestino e podem causar sintomas como diarreia, vômito e cólica. Em todo o mundo, na suinocultura tecnificada, as doenças entéricas têm sido registradas com bastante frequência e representam um importante fator de desuniformidade nos indicadores de produtividade. Diagnóstico e controle são desafios para os suinocultores, e é preciso investir na prevenção.
Vários fatores contribuem para o desenvolvimento das doenças entéricas, mas as principais causas são o confinamento total dos animais, o desconforto ambiental, a falta de qualidade da matéria prima utilizada nas rações e a falta de programas para controle e prevenção de doenças.
A médica veterinária, Heloiza Irtes, explica: “a porca, a mãe dos leitões, ela tem um papel muito importante em vários sentidos. Devemos fazer uma boa imunização dessas porcas, para que elas possam transmitir um colostro rico em anticorpo para os leitões. Como também cuidar da saúde intestinal dessa porca, para que ela possa excretar menos os patógenos. Ela é central na saúde entérica dos leitões na fase de lactação”.
Formas de prevenção
Podemos destacar as medidas de biosseguridade, como a limpeza e desinfecção das instalações e um programa periódico de monitoria sanitária, a inclusão de promotores de crescimento ou probióticos, o cumprimento do calendário de vacinação, e o manejo dos animais doentes.
“A porca, não consegue transmitir anticorpos pela placenta como acontece com a espécie humana. O leitão precisa mamar o colostro dela para adquirir a imunidade inicial”, reforça Heloiza mestranda em ciência animal.
Uma porca saudável consequentemente terá leitegadas mais saudáveis. Porém isso não exclui todas as questões de biosseguridade que envolve a limpeza e desinfecção das instalações de maternidade.
Entre as patologias entéricas que podem acometer os leitões na maternidade estão: colibacilose neonatal, coccidiose, salmonelose e rotavirose. Após o nascimento, os leitões podem adquirir patógenos entéricos a partir do contato com resíduos do ambiente mal higienizado. A infecção também pode ocorrer pela ingestão de ração ou água contaminadas.
Cuidados com o lote
“A creche é um período extremamente crítico para o leitão. Um dos motivos é porque ele acabou de ser desmamado e depois você o coloca junto com animais de origens diferentes. Os leitões vêm com desafios diferentes. Cada granja tem um status sanitário e também tem um grau de imunidade diferente. Você coloca todos juntos, em um desafio extremo”, complementou Heloiza.
A importância de uma quarentena bem feita
“A introdução de animais é a causa mais perigosa. Quando for introduzir leitoas, eu tenho que ter certeza que essas leitoas estão entrando saudáveis. E os animais de terminação também. As questões de promover uma boa imunidade, um calendário de vacinação correto, limpeza, desinfecção e manter o ambiente seco, faz toda a diferença para manter esses animais saudáveis”, reforçou a médica veterinária.
Lavar, desinfetar e vazio sanitário
“Toda vez que eu troco um lote e esvazio a minha instalação, eu tenho que promover uma limpeza muito bem feita. Com retirada de matéria orgânica e das fezes, porque dá condição do desinfetante agir. É bem importante fazer a desinfecção. Logo em seguida, um vazio sanitário também bem feito, porque eu minimizo a probabilidade do lote seguinte entrar em contato com os patógenos que estiveram na instalação”, finalizou Heloiza.
Gostou desse tema ou quer ver outro assunto relacionado à suinocultura? Envie sua sugestão para ligados@canalrural.com.br