Nas granjas de frango, a mortalidade atinge quatro por cento dos animais em cada lote. É natural. No entanto, o descarte correto das aves mortas é uma questão de biosseguridade. O processo mais indicado é a compostagem, uma alternativa sustentável que ajuda a evitar contaminações. De acordo com a médica veterinária Jessica Giuriatti, de Itapiranga (SC), a compostagem deve ser realizada em uma estrutura muito bem vedada para garantir a fermentação dos resíduos orgânicos. “O processo de fermentação varia entre 60 e 120 dias, tempo necessário para o composto ficar pronto e ser utilizado como adubo orgânico em lavouras. Seguindo as legislações ambientais, os aspectos nutricionistas do solo devem ter sido corrigidos para receber os resíduos. A utilização não é recomendada em áreas de exposição próximas a riachos”, explica Jéssica.
A veterinária orienta levar as aves mortas à área de descarte em tambores fechados para que não haja aproximação de insetos. Essa deve ser a última atividade do dia para evitar que contaminações transitem entre a composteira e os aviários. “Antes de entrar na área da composteira, é preciso trocar o uniforme e a botina e realizar um procedimento de higiene e desinfecção das mãos. Ao iniciar o processo em uma nova baia, o produtor deve colocar entre 10 e 15 centímetros de maravalha para acomodar as aves mortas. A cada quilo de animais, devem ser adicionados dois quilos de maravalha para evitar a criação de chorume enquanto as baias vão enchendo. Seguindo as técnicas de manejo, as laterais das baias devem facilitar a corrente de ar. Além disso, o produtor deve respeitar o espaço adequado entre as aves mortas. Por fim, é possível utilizar maravalha dos próprios aviários na composteira para facilitar o processo de fermentação. Em se tratando de maravalha nova, é preciso umedecer adequadamente o substrato”, completa.
Jéssica destaca que as orientações técnicas no processo de compostagem devem ser seguidas à risca pelos produtores e já estão incorporadas à rotina de trabalho nas granjas. “É uma forma evitar contaminações, já que animais mortos podem ter sido acometidos por bactérias ou vírus e podem transmitir doenças. Todos os cuidados devem ser levados em conta. A camada inicial de maravalha nas baias é muito importante para evitar a criação de chorume, que atrai insetos e roedores, e as quantidades seguintes de maravalha devem ser respeitadas, bem como o controle de umidade do substrato utilizado”, alerta.