AÇÕES PREVENTIVAS

Onda de calor e queimadas: Como adaptar o manejo na granja em meio à baixa qualidade do ar? 

A alta concentração de fumaça e o clima seco afetam os aviários. Saiba quais medidas preventivas adotar para garantir a saúde dos lotes de aves de corte

Onda de calor e queimadas: Como adaptar o manejo na granja em meio à baixa qualidade do ar?
Onda de calor e queimadas: Como adaptar o manejo na granja em meio à baixa qualidade do ar?

A onda de calor que atinge o Brasil desde o início de setembro, com temperaturas elevadas e baixa umidade do ar, tem causado preocupações em diversas regiões produtoras. De acordo com o Climatempo, as condições adversas devem perdurar até o dia 20 de setembro, com previsões de temperaturas acima dos 40ºC em várias áreas. 

Além do calor, os focos de queimadas se intensificam, e 60% do território nacional convive com a fumaça.

Nesse cenário desafiador, a qualidade do ar em áreas rurais e dentro dos aviários fica comprometida, representando riscos tanto para a saúde humana quanto para o desempenho das aves. A principal preocupação dos avicultores é proteger seus lotes durante este período de seca e baixa umidade.

Para entender melhor como lidar com essa situação, o especialista em ambiência e mestre em produção animal, João Nelson Arruda, explica os principais poluentes que afetam a qualidade do ar nos aviários. Assista ao vídeo abaixo e confira as orientações técnicas na íntegra.

O Ligados & Integrados está na tela do Canal Rural de segunda a quinta-feira às 11h45 e sexta-feira às 11h30.

“As queimadas liberam uma grande quantidade de gases, sendo o gás carbônico o mais prejudicial à saúde dos animais. Além disso, a presença de monóxido de carbono e outras substâncias tóxicas pode agravar ainda mais as condições respiratórias das aves”

A presença de fumaça dentro dos galpões pode prejudicar seriamente o trato respiratório superior das aves, principalmente quando combinada com a poeira em suspensão, comum em galpões com baixa umidade. “Durante esses períodos, é fundamental acionar sistemas de resfriamento, como painéis evaporativos e nebulizadores, para manter a umidade e proteger a saúde respiratória dos lotes”, complementa João.

Além dos problemas respiratórios, os avicultores devem ficar atentos ao comportamento das aves. Segundo João, em períodos de baixa qualidade do ar, os lotes podem apresentar alterações no consumo de alimento e água, além de queda no desempenho geral. 

“Quando a umidade está abaixo de 40% e as temperaturas chegam aos 40ºC, é essencial adotar medidas de ventilação adequada para garantir o conforto das aves”, orienta.

Para galpões mais manuais, onde o sistema de ventilação é menos automatizado, João recomenda atenção redobrada com o manejo das cortinas e com o uso temporizado dos nebulizadores. “Mesmo em regiões mais quentes, as noites tendem a ser mais frescas, então é importante manter a ventilação noturna sem comprometer o conforto térmico das aves.”

Produtores localizados em áreas próximas a queimadas devem adotar medidas adicionais de segurança, como a limpeza de vegetação ao redor dos galpões e a criação de aceiros para prevenir a propagação do fogo. “Os aceiros funcionam como uma faixa de proteção que isola os aviários da vegetação ao redor, evitando que o fogo se aproxime”, recomenda João.

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