Pecuária

'Exportação de carne no 1° bimestre foi satisfatória', diz analista

As exportações de carne suína acumularam um aumento de 14,9%, no primeiro bimestre de 2022 enquanto o frango teve um aumento de 10,6% no mesmo período

As vendas brasileiras de carne suína e de frango no mercado internacional apresentaram crescimento significativo no primeiro bimestre de 2023, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

As exportações de carne suína acumularam um aumento de 14,9%, com um total de 167,9 mil toneladas vendidas, gerando uma receita em dólares de US$ 397,3 milhões, um aumento de 28,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esse aumento atribui-se, em parte, à abertura de novos mercados para a carne suína brasileira. É o caso do México, para onde houve as primeiras vendas de carne em fevereiro .

No mesmo período, as exportações de carne de frango atingiram 800,1 mil toneladas. O número representa um aumento de 10,6% em relação ao primeiro bimestre de 2022, gerando uma receita em dólares de US$ 1,593 bilhão, um aumento de 24,5%.

Além disso, a demanda por carne de frango no mercado interno cresceu significativamente nas duas primeiras semanas de março, impulsionando o preço médio da proteína no mercado interno no último mês. No atacado da Grande São Paulo, o preço médio do frango inteiro congelado foi de R$ 6,75/kg em março, um aumento de 1,5% em relação a fevereiro.

De acordo com o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o desempenho da carne suína e de frango foi satisfatória comparado com o trimestre anterior.

“Quando falamos da questão de receita e de volume o desempenho é bom durante esse período. O Brasil tem conseguido capitalizar bem ao longo deste ano. A tendência é que o setor se recupere cada vez mais”.

Mercado interno vive problemas

Embora as vendas de carne suína tenham registrado crescimento significativo nas exportações, os preços do suíno vivo e da carne caíram em março. Isto ocorreu devido ao enfraquecimento da demanda e ao aumento da oferta.

“Precisa haver agora um ajuste produtivo dentro da cadeia para que os preços possam voltar a se elevar. Se abateu muitos suínos magros  por conta da alta recente do mercado. Contudo, houve sobreoferta do produto e com isso o mercado decidiu reduzir os preços”, comenta Iglesias.

No entanto, os valores para a carne ainda estão acima dos registrados no mesmo período de 2022. Na Grande São Paulo, a venda da carcaça especial suína ficou em uma média de R$ 10,60/kg em março. O número representa uma queda de 5,7% em relação a fevereiro, mas ainda um aumento de 16,3% em relação a março de 2022.

“A atividade operou em lucro, algo que não acontecia a muito tempo. A análise que fica, apesar dessa queda no fim de março é de um começo de ano muito positivo para o setor”.

Já com o mercado de frango, apesar da alta exponencial nas exportações, as vendas internas estão com problemas também de sobreoferta.

“O primeiro trimestre foi bem complicado para o setor, os preços estão em queda para o frango vivo. O mercado volta a decepcionar novamente. Contudo, o que alivia um pouco a questão é que o ajuste a ser feito na produção é mais fácil do que no mercado de suínos. Isso pode facilitar bastante e permitir que haja um ajuste da oferta nesse próximo trimestre

Como fica o produtor?

Iglesias salienta que o ajuste produtivo por parte do produtor é extremamente necessário para que o mercado cresça. Porém, o analista destaca uma oportunidade de mercado para os produtores de carne de frango.

“O Brasil está livre da gripe aviária e está vendendo frango de qualidade internacionalmente. Quem quer vender, tem de ficar esperto pois é um momento extremamente oportuno para a exportação,” finaliza.

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