Ligados & Integrados

Manejo: qual é o programa de iluminação mais indicado para criar frangos?

Tempo de exposição à luz varia de acordo com a idade do lote e depende do tipo de galpão. Fluxo luminoso está relacionado à saúde e ao bem-estar dos animais

Um galpão bem iluminado proporciona conforto e evita que os animais fiquem estressados. O programa de iluminação também está relacionado ao consumo de ração e, consequentemente, ao ganho de peso e à qualidade da carcaça dos animais. Assim, o investimento em iluminação adequada se paga com o bom desempenho dos frangos. 

O programa de luz pode variar de granja para granja. Pode ser constante, quando as aves ficam expostas à luz sem interrupções; intermitente, quando existem ciclos de luz intercalando entre acesa e apagada; ou crescente, quando os períodos de luz acesa vão aumentando conforme a idade das aves. Um sistema bastante utilizado funciona assim: primeiro dia, 24 horas de luz; segundo ao sétimo dia, 1 hora de escuro; oitavo ao último dia, 8, 6 e 5 horas de escuro.

Controle por meio da tecnologia

O Edilei Marques trabalha como staff de ambiência e visitou uma granja para explicar como funciona a iluminação por lá. “Para uma ave jovem, precisamos ter uma incidência maior de luz, ou um ‘lux’ maior. Isso estimula as aves, deixando elas mais ativas. Na fase em que estão mais velhas, precisamos de uma menor intensidade de luz, pois queremos manter as aves mais calmas e tranquilas. Por meio do painel do dimmer, conseguimos  reduzir a intensidade de luz”, diz. A unidade usada para medir o fluxo luminoso é chamada “lux”. Um aparelho chamado luxímetro pode ser usado nessa função.  

O produtor não deve se esquecer de realizar corretamente a manutenção das lâmpadas, como destaca o extensionista Jucilon Oliveira. “A manutenção das lâmpadas é muito simples. Basta garantir a substituição e a quantidade mínima desejada de 80 lux de iluminação para as galinhas”, explica.  A limpeza da lâmpada deve ser feita sempre nos intervalos entre lotes. “Se você tem sujeira na sua lâmpada, você vai ter que manter o timber numa porcentagem maior, causando um gasto de energia desnecessário”, orienta Guilherme Viesba, médico veterinário e expansionista. 

A iluminação também tem a ver com o tipo dos galpões, que podem ser fechados por paredes ou por cortinas. Os cortinados podem ser azuis,  pretos ou até brancos, interferindo na iluminação a partir da luz do sol e modificando a percepção da iluminação interna. As cortinas devem estar bem vedadas. 

Palavra do especialista

De acordo com o médico veterinário João Nelson, a ambiência de luz está totalmente relacionada ao bem estar animal. Ele indica o programa contínuo para evitar o stress dos animais. “Ligar e desligar as luzes agita as aves, que se sentam e se levantam. Isso pode levar a problemas locomotores e, consequentemente, maior mortalidade e maior descarte”, afirma.

João não indica a intermitência, mas explica que, na fase inicial, para maior consumo e atividade dos pintinhos, uma hora de escuro é suficiente.  “No primeiro dia, são 24 horas de luz. A partir do oitavo dia, recomendamos no mínimo seis horas e no máximo oito horas de escuro para o descanso, que é importante para o crescimento das aves, já que alguns hormônios são sintetizados nesse periodo”, explica. 

Ainda de acordo com João Nelson, durante o descanso a melatonina também é sintetizada. Ela regula o ciclo biológico das aves. “Isso melhora o metabolismo e o consumo de ração. Eu sempre comparo a um bebe, que come e descansa e, assim, cresce saudável”. Um bom indicador de que o programa de luz está inadequado é a agitação das aves. Outro, é a mortalidade. “Pernas acometidas podem indicar que as aves ficaram muito tempo deitadas. Os trabalhos mostram que quanto maior o período de luz, mais tempo elas ficam paradas e menos agitadas, o que leva aos problemas de perna. Por isso, a mortalidade na fase final é um excelente indicador”, conclui.

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