As aves reprodutoras precisam receber cuidados especiais para que realizem bem sua função de botar ovos. O supervisor de matrizes Marcio Fin e o granjeiro Valdir dos Santos, de Corumbataí (SP), destacam alguns pontos críticos no ciclo de produção que impactam na fertilidade das galinhas. “Para obter uma boa curva de produção de ovos na granja de matrizes, primeiro, é necessário receber aves muito bem recriadas. As fêmeas devem apresentar boa reserva de gordura e uma uniformidade alta acima de 85 por cento, o que significa um coeficiente de variação (CV) baixo”, explicou Márcio.
Márcio destacou a importância dos machos apresentarem boas características fenotípicas, já que seu DNA estará presente nos ovos, e defendeu o uso da tecnologia nas instalações. “É imprescindível proporcionar a ambiência ideal nos aviários e atender às necessidades das aves. Recomendamos investir em ninhos, comedouros e bebedouros”, orientou. Em uma granja climatizada como a que ilustrou a reportagem, é possível garantir a temperatura e a sensação térmica que as aves precisam para melhorar a produtividade dos ovos. “São granjas que contam com sondas de CO2, de amônia, de temperatura e também de umidade. Um controlador faz a leitura das sondas e aciona a placa evaporativa e o exaustor para oferecer conforto térmico às galinhas”, completou o supervisor.
Antes de receber as aves da granja de recria, o matrizeiro deve estar pronto, montado e dimensionado, respeitando a quantidade recomendada de aves por ninho e por bico de niple. “Todas as aves devem ter acesso à água, à pressão e à altura desejadas. Também deve-se respeitar o espaçamento de 15 centímetros entre as calhas de comedouros das fêmeas e o limite de oito machos por prato”, instruiu Márcio. Ainda mais importante que o investimento na estrutura dos galpões, o bom desempenho do lote depende de mão de obra especializada e dedicada ao processo de produção. “Quem faz acontecer é o líder, o pessoal que está no dia a dia da granja, empenhado em conseguir alcançar todos os objetivos recomendados”, afirmou Valdir.
De acordo com o médico veterinário Marco Aurélio Araújo, a motivação dos colaboradores é essencial para a boa execução das atividades, começando pelos cuidados durante a coleta dos ovos. Marco lembra que o manejo das matrizes requer técnicas diferenciadas que devem ser seguidas à risca. “O requerimento nutricional de uma ave reprodutora, seja fêmea ou macho, é diferente em relação ao frango de corte. O ganho de peso e o balanço alimentar das matrizes devem ser controlados diariamente. A porção energética, a porção de proteína e a combinação dos micronutrientes são direcionadas para que as aves tenham um bom equilíbrio entre massa muscular, formação de reserva e desenvolvimento do aparelho reprodutor. O conjunto de técnicas ajuda a garantir que o produtor tenha em mãos uma ave altamente eficiente do povo de vista reprodutivo”, explicou.
Marco destaca que a composição alimentar correta de uma ave em fase de produção deve seguir algumas recomendações técnicas. “Setenta por cento do alimento fornecido é destinado simplesmente à manutenção. Vinte e cinco por cento está relacionado à produção de ovos. Os 5% restantes respondem pelo crescimento da ave ao longo da vida. Os detalhes estão nas mãos do produtor, e devem ser bem executados para que as aves recebam tudo o que necessitam para se desenvolver”, finaliza.